domingo, 3 de abril de 2011

A PSICANÁLISE E A MATERNIDADE




´Meu artigo sobre Psicanálise e Maternidade!!!!!!!!


Dadoorian (2003, p.3), analisa a questão do feminino na teoria psicanalítica como intimamente relacionada com a maternidade. A autora descreve que segundo Freud (1905), é na adolescência que se dá a finalização do processo de construção da nossa sexualidade, através da capacidade do jovem de procriar, processo este que se inicia na mais remota infância. Na menina, será através de seu desejo de ser mãe que ela se tornará mulher. Assim, para Freud, o caminho que leva à feminilidade se dá por meio da maternidade. A maternidade se coloca, assim, como um atributo que caracteriza o feminino. Através do filho, um ser que é uma extensão do seu próprio corpo, a mulher se sente plena, nada lhe falta. O filho funciona como um objeto que completa as suas carências e os seus desejos mais íntimos. O desejo de ter um filho, isto é o desejo de ter o falo, é algo bastante forte no inconsciente feminino (Freud, 1931).
Sabe-se que a psicanálise atribui aos primeiros anos de vida a estruturação focal da dinâmica psíquica, onde o indivíduo encontra o prazer no próprio corpo e a função sexual está intimamente ligada à sobrevivência. Portanto, carregará este ser, para toda a sua existência as marcas destes primeiros tempos de vida, propiciados primordialmente pela figura materna, e incorporados através de inscrições em seu psiquismo, e mais tarde, com a inclusão da figura paterna, formando assim um triângulo, necessário ao surgimento do sujeito. Estas experiências e a forma com que serão assimiladas formarão a estruturação psíquica deste indivíduo, baseada na satisfação ou não das necessidades básicas de sobrevivência e afeto designados ao bebê.


Lacan aponta para o papel da mãe, como encarnação do Outro, como aquela que veicula num primeiro tempo, junto ao bebê, a lei simbólica da cultura, e que lhe fornece o primeiro espelho, através do qual ele ao mesmo tempo se aliena e se constitui. Laplanche enfatiza o papel iniciático da mãe, responsável pela "sedução generalizada" necessária, desenvolvimento do pensamento freudiano, explicitado nos "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade", onde Freud afirma que é função da mãe "despertar o instinto sexual da criança e ensina-la a amar". A mãe, então é aquela que introduz o bebê no campo pulsional, instilando Eros em sua constituição. Essa idéia parece pressupor um bebê passivo do ponto de vista da formação do aparelho psíquico, que vai se constituir como que inoculado pelo outro. (ARAGÃO, 2004, p.4).


O fato é que, dependendo do tipo de satisfação, seja ela boa ou ruim, investidas pela mãe, irá mais tarde estruturar a dinâmica psíquica deste indivíduo, na forma como este irá lidar com o mundo ao seu redor e com seus próprios conflitos.


É a atitude emocional da mãe que irá conferir a qualidade de vida à experiência do bebê, e é através da ligação afetiva que o bebê confere à mãe a sua identidade, despertada a partir do desejo de maternidade e da gravidez, dos intercâmbios com o feto e posteriormente com o próprio recém-nascido. (LEBOVICI; WEIL-HALPERN apud MORIZOT, 1999, p.1).


continuação terça feira!!!!!!!

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