sexta-feira, 25 de março de 2011

Câncer de testículo ataca os mais jovens em 95% dos casos






Levantamento realizado pelo Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) aponta que 95% dos casos de tumor de testículo atingem homens com até 35 anos.

Os médicos do instituto, ligado à Secretaria de Estado da Saúde, avaliaram 137 pacientes atendidos no hospital ao longo de dois anos.

O câncer de testículo responde por cerca de 3% dos tumores entre os homens.

Quando detectado no início, ele é tratado com a remoção do testículo afetado. Se a doença já tiver se espalhado, além da cirurgia, é necessário o uso de quimioterápicos. Nesse estágio, as chances de cura caem pela metade.

"É uma doença de jovem, o oposto do câncer de próstata", afirma Marcos Dall'Oglio, coordenador do setor de urologia do Icesp.

Segundo ele, a origem da doença pode estar relacionada ao tempo de desenvolvimento das células malignas em crianças que nasceram com testículos atrofiados ou fora da bolsa.

Outro dado divulgado pelo Icesp é que 60% dos pacientes dão entrada no hospital com o tumor já em metástase. "Homens jovens não têm o costume de ir ao médico, muito menos ao urologista."

Dor, endurecimento ou aumento do volume do testículo podem ser sinais da doença, mas esses sintomas costumam ser confundidos com infecções. "O paciente não tem capacidade de avaliar isso. Se observar sinais, deve procurar um urologista", afirma Dall'Oglio.


Fonte: Fatima News

http://www.centralclinic.com.br/noticia.jsp?id=320

quinta-feira, 24 de março de 2011

ARTETERAPIA.. última parte!!!



Conclusão

Nota-se que no movimento, desde a chegada do psicólogo na sala de espera, criação de vínculo, proposta da atividade até a discussão ou não do que foi produzido, pode proporcionar um ambiente e um momento potencialmente terapêutico, visto que o acesso a conteúdos significativos foi motivado através das produções e de todo o processo.
Verificou-se que o desocultamento do ‘ser’ ocorreu através das produções, pois
possibilitou que através dos materiais e propostas, os participantes tivessem acesso a conteúdos mais próprios, no sentido existencial.
Não foi possível verificar a retomada da linguagem interrompida uma vez que o
processo arteterapêutico possibilitou um trabalhar mais individualizado, na qual cada indivíduo ficava focado na sua produção, diferente se a proposta fosse para a realização de um trabalho em grupo.
O fato de o trabalho ter sido realizado de uma forma mais individualizada, não quer dizer que este não possa ter sido elemento propulsor para resignificações, uma vez que esta pode ocorrer quando o sujeito, trabalhando em grupo ou não, entra em contato com seus valores, significações, e experiências.
A verbalização das resignificações ocorreram durante todo o processo. Após as
atividades a permanência dos pacientes na sala de espera, possibilitava esta troca de experiência na qual muitas das vezes eram exemplificadas com falas e sentimentos elucidados durante a elaboração da atividade.
Com este compartilhar das experiências e sentimentos elucidados nas atividades,produções, verbalização e relatos, perceberam-se que ocorrera uma identificação entre os pacientes, uma vez que grande parte dos participantes tinham características em comum, como por exemplo o tratamento de câncer. Este compartilhar possibilitou o autoconhecimento,
o reconhecimento e a identificação de sentimentos.
A identificação de dificuldades, sentimentos, dificuldades e formas de enfrentamento da doença no outro possibilitou, em vários momentos, que a troca de experiência viesse a acrescentar e suportar a angústia, tristeza e dificuldade sentida por outro paciente, dando assim maior sustentação em sua experiência e possibilitando a abertura para um novo (re)significar.
Notou-se que após algumas atividades e discussões alguns pacientes apresentaram um nível maior de reflexão e enfrentamento da doença. Percebeu-se que esta melhora ocorreu não somente nos aspectos que diz respeito ao tratamento de câncer, mas também em outras situações em que os pacientes se encontravam como relacionamentos familiares, problemas
financeiros e dificuldades diversas.
Através dos relatos ficou evidente que o fazer arteterapêutico possibilita que o
participante entre em contato com sentimentos e questões “subjetivas”, possibilitando um reconhecimento de si na obra. Esta obra que, pelo olhar da pessoa que realizou, passa a ser ele.
O artista, participante que realizou a obra, se reconhece na obra como sendo dele os sentimentos que ali desvela, assim como também na obra ele pode se apropriar desta como sendo continuidade de sua existência.
Acredito que o desenvolvimento deste trabalho possa proporcionar maiores
possibilidades de atuação do Psicólogo Hospitalar. Além de utilizar os atendimentos nos modelos tradicionais, poderá, com o recurso da Arteterapia, obter ganhos que poderiam parecer inicialmente inatingíveis.
Penso que esta inicialização poderá contribuir grandemente para o meu crescimento profissional e pessoal, incentivando a dar continuidade às pesquisas relacionadas ao tema referido.
Creio que as atividades realizadas possam facilitar as expressões de sentimentos,angústias, anseios, desejos, medos e expectativas, podendo assim viabilizar a troca de experiência a ressignificação de valores atribuídos durante a vida para aqueles sujeitos que puderem se servir desta nova ferramenta que ora se propõe e apresenta.


Mauro Lana Vieira
Instituto de Psicologia Ser Humano
[maurolv@yahoo.com.br]

terça-feira, 22 de março de 2011

ARTETERAPIA NO AMBULATÓRIO DE ONCOLOGIA





A Arteterapia utiliza prioritariamente os recursos das artes plásticas, podendo, no entanto, também utilizar-se de outras expressões tais como: som, movimento, dança,expressão corporal, dramatização e escrita.

Linguagem

Falar significa a ativação dos órgãos da fonação e do ouvir. Quando falamos, para transmitir os sentimentos humanos, utilizamos a expressão audível acionando tanto os órgãos vocálicos quando auditivos.
O termo linguagem a que desejo me referir não é o usualmente empregado da forma mais banalizada, abrangente e popular. Não se refere somente à fala fonada ou a limitá-la a certos tipos de expressões. Trata-se de uma reflexão ontológica que Martin Heidegger (1927)faz desde a obra Ser e Tempo até suas obras mais tardias.
A fim de possibilitar ao leitor a compreensão da relação que se busca estabelecer nesta pesquisa, apresenta-se um parecer que, embora de forma sintética, visa fornecer elementos para o acompanhamento das discussões que se seguirão.
Citando duas vertentes na qual podemos chamar de linguagem imprópria ou da
linguagem impropriamente concebida e outra como uma concepção ontológica ou apropriada da linguagem.
Segundo Duarte (2005) a linguagem imprópria e impropriamente concebida é a
linguagem ôntica, entende-se que esta esteja a disposição para ser usada por qualquer pessoa.


Atendimentos (Sessões)

As informações passadas aos pacientes e acompanhantes ou quem estivesse presente na sala de espera era de que seriam disponibilizados materiais artísticos como canetas hidrocor, lápis de cor, giz de cera, folhas sulfite e etc, para que eles pudessem se desejassem fazer alguma produção livre, então posteriormente se desejassem poderiam falar com o Psicólogo presente sobre o foi realizado.
Em algumas sessões não tivemos produções com a utilização de recursos plásticos disponibilizados como, por exemplo, a segunda sessão que um Senhor Já com a idade avançada e muito debilitado devido à doença e a agressividade do tratamento resolve solicitar uma folha de papel em branco e me pergunta se poderia rasgar. Ao permitir, inicia-se um processo de dobraduras que não imaginava aonde chegaria. Após alguns minutos, com um
pouco de dificuldade de manter a coordenação motora sua produção está pronta. Mostrou-me um pássaro que movimenta suas asas quando puxado pela parte traseira (Morato, 1999).

Desenvolver um trabalho em sala de espera nos solicita a um chamado que
eventualmente não estamos acostumados a lidar. Este chamado nos remete a uma flexibilidade de atuação muito diferente da que encontramos “protegidos” em atendimentos psicológicos nos modelos tradicionais de um consultório.
Proporcionar um ambiente acolhedor é deixar uma abertura para que o paciente ou acompanhante possa chegar até o Arteterapeuta e questionar sobre o que tiver vontade. Sentir se livre para utilizar os materiais disponibilizados e de transitar entre as pessoas com suas falas e produções.



Continuação.....

domingo, 20 de março de 2011

ARTETERAPIA




Uma das formas de trabalho num processo terapeutico que vem chamando a minha atenção com finalidade de conexão entre o mundo interno e externo do paciente é a ARTETERAPIA.

Estou publicando aqui no blog parte da monografia de especialização do psicólogo Mauro Lana que me enviou seu trabalho para meus estudos.

Arteterapia na Sala de Espera:
Uma experiência no Ambulatório de Oncologia



Resumo

O trabalho a seguir apresenta uma forma diferenciada de efetivar um atendimento psicológico com pacientes e acompanhantes de um ambulatório de oncologia. Realizar arteterapia na sala de espera com a utilização de materiais plásticos expressivos proporcionaram uma nova
maneira de explorar conteúdos que a princípio podem parecer inacessíveis, mas que após a realização das atividades, o reconhecer na obra, proporcionam o desvelamento do ser dos participantes. Acredito que este recurso em um atendimento psicoterápico, sala de espera juntamente com a arteterapia, proporcionará ao participante uma melhora no seu quadro clínico, psicológico e existencial, como também possibilitando um grande viés de possibilidades de atuação do Psicólogo no hospital.

Grupo de Sala de Espera

Na literatura cientifica o termo grupo de sala de espera é encontrado com alguma variação de significados. Trata-se de uma intervenção psicoterapêutica de suporte, segundo a classificação proposta por Campos (1992). Os grupos de sala de espera configuram uma possibilidade para a atuação dentre as práticas grupais em psicologia, constituindo uma forma de encontro entre os profissionais da saúde, os pacientes e seus familiares em diversos contextos.

No grupo, vínculos positivos e transformadores são constituídos, construindo-se um espaço de sustentação e continência e criando-se possibilidades para reflexões e mudanças
(VERISSIMO, 2005 citado por DOMINGUES, 1992). Assim, em um clima de integração e interação entre os usuários, vivências podem ser compartilhadas, sentimentos e pensamentos expressos e dúvidas trabalhadas.
O acompanhamento em sala de espera se caracterizar como uma forma
produtiva de ocupar um espaço e tempo ocioso na instituição, os grupos de sala de espera comportam pouca estruturação por ser um grupo heterogêneo e devido à rotatividade dosintegrantes. Há um aproveitamento do grupo que espontaneamente está formado no local.
Sendo aberto e flutuante, havendo várias configurações durante as sessões (VERISSIMO,2005).

Arteterapia

A arte é uma forma de comunicação, expressão e de linguagem simbólica do ser humano, sendo produto da intuição e da observação, da emoção e do conhecimento, da técnica e do talento como também da criatividade. A utilização das modalidades artísticas dentro de um processo psicoterápico enriquece a possibilidade de um conhecimento profundo,proporcionando um processo de introspecção e apropriação do seu “eu”, como também uma
maior compreensão da pessoa a ser auxiliada, facilitando o arteterapeuta a conduzir a sessão
(ANDRADE, 2000).
Com uma função simbólica, criando “substitutos da vida”, nunca sendo descrição doreal, a arte permite ao homem expressar e perceber os significados atribuídos à sua vida,manifestando uma relação profunda do homem com o mundo, ao mesmo tempo em que revela a possibilidade de se apoderar das experiências alheias (ANDRADE, 2000).


Continuação.....