sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Psicologia no espaço hospitalar



Não é simples estar em um hospital. Devemos levar em conta para compreensão que o hospital sempre foi um local de domínio médico perante nossa sociedade e os profissionais de psicologia que entraram nesse espaço, produzem um corte desse domínio.

Devemos lembrar, quando pensamos sobre a atuação do psicólogo no contexto hospitalar, que estamos nos referindo a uma realidade muitas vezes com situações como: angústias, medo, insegurança, que podem provocar no profissional, além de crescimento, também um estresse elevado, levando o mesmo a um enrijecimento das suas posições como forma de defesa.

No espaço hospitalar “existem momentos difíceis em que nos deparamos com a dor, o inconformismo e a revolta, com o limite da vida” (BRANDÃO, 2002, p.15).

Estaremos, muitas vezes frente a situações de luta pela vida, no qual em muitos casos, por maiores que sejam as dificuldades, somos surpreendidos com a força e disposição de pessoas que mesmo em estado de saúde extremamente delicado acreditam na possibilidade de uma recuperação.

“Observa-se que, na prática, o psicólogo deve ter conhecimentos específicos e adaptados para a intervenção hospitalar, além de ter noção dos aspectos físicos e das doenças que envolvem a clientela assistida” (Baptista & Dias, 2003, p.30).

É extremamente importante lembrar que apesar de toda despersonalização provocada pela própria situação, da rotina da vida diária, etc., as pessoas carregam histórias de vidas, expectativas,comportamentos padronizados que poderão contribuir ou levar a resistências durante o tempo de internação e na própria recuperação ou enfrentamento da situação.

A escuta do psicólogo deve ser atenta não somente em relação às necessidades dos pacientes e familiares, mas também atuar na tentativa de promover uma aproximação entre esses e a equipe, sendo um dos objetivos da atuação do psicólogo: é propiciar um espaço facilitador que possa favorecer uma reorganização, adaptação e ajustamento do paciente e dos familiares cuidadores à rotina hospitalar,proporcionando uma atuação eficiente de uma melhor qualidade de vida para os pacientes.

O profissional de psicologia deve atuar globalmente pensando a partir de um enfoque biopsicossocial. Seria como compreender os sentimentos, observar, atuar e influenciar positivamente em relação aos pacientes, familiares e os outros membros da equipe,para isso é necessário que haja troca de informações em uma linguagem clara, inclusive nos prontuários.

Diante dos momentos difíceis e dos impactos emocionais geralmente vividos nestes ambientes, gestores vêm repensando os espaços com o objetivo de transformá-los em ambientes mais aconchegantes e menos frio, visando um ambiente mais humano.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ASPECTOS EMOCIONAIS DO PACIENTE IDOSO HOSPITALIZADO E O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR



ASPECTOS EMOCIONAIS DO PACIENTE IDOSO HOSPITALIZADO E O PAPEL DO PSICÓLOGO HOSPITALAR ¹

BEATRIZ GUEDES DE CASTRO ²

RESUMO: Costuma-se dizer que o idoso terá sua velhice como conseqüência do que foi sua vida até então. A personalidade é uma construção. Ninguém é o que é por acaso. É fruto da maneira como viveu cada uma das etapas da vida, dos objetos e desejos que cultivou durante a vida. A confiança e a segurança são fatores decisivos no equilíbrio psíquico do idoso. A saúde mental do idoso pode ser entendida como equilíbrio psíquico resultante da interação da pessoa com a realidade, ou seja, o meio. Estar hospitalizado para o idoso é um processo árduo no qual o mesmo pode sentir-se deprimido, necessitando de um suporte psicológico condizente durante seu processo de hospitalização.
Palavras-Chave:
Depressão - Idoso – Hospitalização – Psicólogo – Psicologia – Velhice.


1 ASPECTOS EMOCIONAIS DO PACIENTE IDOSO HOSPITALIZADO

A hospitalização, em qualquer indivíduo, pode repercutir no seu estado emocional, já que o afastamento de seu meio, de seu cotidiano, do seu trabalho e de sua família já produz por si só conseqüências importantes.

Considerando aqui o paciente idoso, onde aquilo que lhe é conhecido e rotineiro representa um valor importante, podemos pensar que o afastamento de sua casa, de sua família e de sua rotina de vida pode vir a influir negativamente do ponto de vista emocional, mais do que em um paciente jovem, que, geralmente, pode se adequar de uma maneira mais fácil a um novo ambiente.

Além disso, a hospitalização no idoso possui um caráter distinto, pois, em alguns casos, esta internação pode virar sinônimo de institucionalização, na própria unidade hospitalar. Isto acontece quando nos deparamos com uma internação prolongada, onde a permanência do paciente se dá por um tempo maior que o necessário para o seu tratamento, podendo refletir de forma relevante em seu estado emocional.

A Psicologia intervém no sentido de resgatar suas possibilidades e trabalhar sua readaptação àquela nova e dolorosa realidade. A partir disso, a paciente pode lidar com todas as limitações que se impuseram, reinvestindo em si mesma e no tratamento.

Romano (1999:26) assinala a importância de uma percepção mais sensível por parte dos profissionais de saúde ao processo de ajustamento e da morbidade psicológica do paciente. De acordo com esta autora

Os aspectos emocionais podem alterar as reações e habilidades, modificando a aderência ao tratamento e possibilitando a tomada de decisões que influenciarão suas chances de sobreviver.

As alterações do humor aparecem com bastante freqüência nos pacientes idosos. Muitas vezes, um humor rebaixado ou triste no idoso é rapidamente diagnosticado pelos médicos como “depressão”. É importante que possa ser diferenciado qual o significado que esse termo possui para o senso comum, para a Medicina e para a Psicologia, o que será dado maior enfoque neste trabalho.
No senso comum, a depressão aparece como a grande doença do século, onde todos estão deprimidos. Quando um indivíduo está triste ou com um humor rebaixado intitula-se ‘deprimido’.

A concepção médica é fechada em sinais e sintomas que somados nas descrições do CID-10, DSM-IV e nos Compêndios Médicos poderão apontar para um diagnóstico de depressão que será tratado, na maioria das vezes, com medicamentos antidepressivos.

A Medicina e a Psicologia Clínica apresentam diferentes olhares sobre o termo ‘depressão’. Porém, é importante realçar que a depressão se apresenta como uma doença que deve ser devidamente diagnosticada e até medicada, em alguns casos onde o risco iminente de vida é maior. Logo, o papel do olhar médico sob a depressão é fundamental, não sendo deixado de lado em hipótese alguma.

Acreditamos então, que o intercâmbio entre a Medicina e a Psicologia seria uma opção mais viável onde, a partir de olhares distintos, poder-se-ia compreender o sujeito como um todo e não apenas um corpo doente ou um psiquismo que sofre.
Neste sentido, a atuação da equipe vem facilitando esta possível articulação entre os saberes, aonde a importância da atuação do psicólogo vem se fazendo cada vez mais necessária e valorizada pela equipe como um todo.

O processo orgânico do adoecer leva a uma ruptura da realidade cotidiana da pessoa. Quando a hospitalização faz-se necessária, um nova realidade será descortinada.
Entre os idosos, os enfraquecimentos tendem a ser mais sérios e podem privá-los de atividades, vida social e independência podendo levar a uma depressão.

1.1 O PAPEL DO PSICÓLOGO NO HOSPITAL

O aparecimento de um tumor maligno, a necessidade de uma intervenção cirúrgica e a amputação de um membro são eventos que comumente suscitam um acompanhamento psicológico.

Uma questão bastante presente entre os membros da equipe diz respeito ao diagnóstico da doença. Quando surge um câncer, por exemplo, a equipe em geral, encontra dificuldades em comunicar este diagnóstico ao paciente. Na nossa prática, algumas vezes, fomos convidadas a discutir e avaliar como seria dado o diagnóstico ao paciente.

O psicólogo deve estar disponível para ir com o médico dar a notícia sobre a doença sempre que isso se fizer necessário. O papel da Psicologia neste momento é extremamente importante, visto que, depois de recebido o diagnóstico, o paciente pode ter um espaço para ser acolhido. A simples presença do psicólogo neste momento possibilita uma escuta diferenciada e um suporte para que o paciente possa assimilar a sua dor.

As reações variam de acordo com cada paciente. Não podemos esquecer que cada pessoa é única responsável por sua subjetividade. Logo, é preciso que haja respeito e sensibilidade para o psicólogo perceber como deve ser manejada a situação. Em alguns casos, o paciente pode preferir ficar sozinho, em outros, somente chorar, ou ainda, falar de sua dor.

Acreditamos que a atuação da Psicologia vem, de alguma forma, possibilitando a desmistificação dos estigmas da depressão uma das sintomatologias encontradas no percorrer deste estágio e do que se espera, ou não, de um paciente submetido à internação e exposto às suas conseqüências e riscos.

Conclui-se, que deve pontuar a importância da articulação entre os saberes, onde a Psicologia e a Medicina, com os seus devidos conhecimentos possam não apenas trabalhar em um mesmo espaço, mas que possam, acima de tudo, realizar um trabalho em conjunto em favor do paciente hospitalizado.

De acordo com Leitão (1993), a Psicologia hospitalar ganhou destaque por volta dos anos 80, onde não se falava em Psicologia dentro dos hospitais, assim, não realizava-se trabalhos clínicos e psicológicos com caráter terapêutico, no qual vinha-se a falar em casas de repousos e clínicas Psiquiátricas, onde se localizava psicólogos aplicando técnicas para fins diagnósticos e prognósticos junto à psicopatologia e à psiquiatria.

Angeram-Camon (1994), enfatizam que:

A Psicologia Hospitalar também é uma prática de renovar a esperança, fazendo com que cada profissional da saúde saiba entender a dor e o sofrimento de uma forma mais humana, tanto do ser adoentado, bem como a família que sofre junto ao indivíduo hospitalizado.

O psicólogo torna-se, então, um agente humanizador, que compreende e utiliza suas técnicas e habilidades para lidar com o paciente, que muitas vezes encontra-se em estado de culpa, tensão, medo, angústia, anseios, decorrentes da internação.

A internação provoca um rompimento na história do indivíduo, havendo uma mudança brusca em seu comportamento, pois o contexto hospitalar é desconhecido, e o acaba estimulando fantasias e temores.

A velhice é um período normal do nosso ciclo humano, caracterizado por mudanças físicas, mentais e Psicológicas.

É importante fazer tais considerações pois algumas alterações nesses aspectos podem não caracterizarem uma doença.

O aparecimento de uma doença faz com que muitos pacientes enfrentem a perda de um corpo saudável e ativo. Para muito deles, o mau funcionamento orgânico leva a perda da autonomia e da capacidade de agir com independência.

“A pessoa doente passa a ser obrigada a manter-se ligada ao hospital ou ambulatório devido ao tratamento rigoroso, e muitas vezes, a lidar com restrições alimentares, sociais, econômicas, de lazer e profissionais” (Santos & Sebastiani, 1996).

1.2 O PACIENTE IDOSO E SUA DOENÇA: ASPECTOS PSÍQUICOS DO ADOECER E DA HOSPITALIZAÇÃO

O adoecimento: Impacto psicossocial

O aparecimento de uma doença faz com que muitos pacientes enfrentem a perda de um corpo saudável e ativo. Para muito deles, o mau funcionamento orgânico leva a perda da autonomia e da capacidade de agir com independência. A pessoa doente passa a ser obrigada a manter-se ligada ao hospital ou ambulatório devido ao tratamento rigoroso, e muitas vezes, a lidar com restrições alimentares, sociais, econômicas, de lazer e profissionais (Santos & Sebastiani, 1996).

Deste modo, como afirma Jeammet (1982),

A doença comporta, indiscutivelmente, um golpe na integridade do indivíduo e um obstáculo ao exercício normal de sua vida. Em princípio e conscientemente ela só pode ser sentida como uma falta, uma deficiência, uma diminuição.

A doença sinaliza a mortalidade do indivíduo, a finitude do corpo e a falta de controle total sobre seu corpo e sua vida, caracterizando-se por uma situação de fraqueza e dependência.

A doença sinaliza a mortalidade do indivíduo, a finitude do corpo e a falta de controle total sobre seu corpo e sua vida, caracterizando-se por uma situação de fraqueza e dependência. Por ser um acontecimento inesperado, o processo de adoecimento quebra a linha de continuidade da vida do indivíduo, das funções desempenhadas por ele na sociedade e da previsibilidade aparente que cada pessoa guarda sobre seu futuro. O surgimento de uma doença pode fazer com o enfermo sinta que deixou de ser dono de si, tornando escravo de seu próprio corpo e do tempo, sendo gerador de grande sofrimento psíquico para o mesmo (Jeammet, 1982; Botega, 2002).

As perdas experienciadas pelo indivíduo doente podem atingir diversas esferas, incluindo: prejuízo corporal, como a perda de partes do corpo, das funções físicas, do vigor e a resistência para a realização de atividades diárias; perda da autonomia; independência e da liberdade em função do tratamento e das interferências do mesmo, perdas sociais, afetivas, entre outras. O paciente passa a depender do hospital, da família, da "sorte", fatos que podem gerar insegurança permanente, acarretando desgaste e estresse emocional.

Pode-se dizer que a doença imobiliza e congela a existência do indivíduo, afetando profundamente as relações do mesmo com o mundo ao seu redor e as interpretações que faz dos acontecimentos. A doença coloca o tempo em suspensão, sendo difícil conectá-lo aos acontecimentos passados e futuros. As preocupações do indivíduo passam a se relacionar ao processo de adoecimento e ao seu estado corporal. Pode haver perda de interesse no mundo externo e a fatos que não dizem respeito ao sofrimento trazido pela enfermidade (Botega, 2002).

Quando o indivíduo adoece, ele sente seu futuro ameaçado, gerando insegurança e ansiedade. A doença quebra a dinâmica e as relações existentes entre o indivíduo consigo mesmo e com o mundo.

Deste modo, a enfermidade se coloca como uma situação estressante para o paciente, na medida em que pode implicar em diferentes ameaças e representar uma demanda que exceda seus recursos internos e externos para enfrentá-la. Estas ameaças podem estar relacionadas com a própria vida do indivíduo e seus temores da morte, com sua integridade física e psicológica, com seu funcionamento e conforto corporal, com a realização das suas atividades cotidianas, bem como a fantasias sobre o que esta acontecendo.

A doença está encravada em torno do doente hospitalizado e por isso, para compreender sua ressonância psicossocial é necessário entender o significado emocional do adoecimento para o indivíduo em particular dentro de seu universo pessoal. Desta forma, a maneira como cada pessoa reage a uma doença depende de múltiplos fatores como: características de personalidade, história de vida, crenças pessoais, estado emocional, organização de capacidades defensivas, interpretação que faz do que lhe esta acontecendo, forma como vivencia a doença e a situação de internação, capacidade de tolerar frustrações, vantagens e desvantagem advindas da posição de doente, projetos de vida, apoio que possa receber e aceitar as relações que estabelece consigo mesmo, com seus familiares/cuidador e com a equipe.

Portanto, a doença traz consigo significados e sentimentos que interferem, alteram e determinam seu processo.

O indivíduo, quando doente passa a ser tratado não como um sujeito, mas sim como o portador de uma determinada patologia.

A situação de hospitalização é algo único enquanto vivência, não havendo a possibilidade de previsão anterior à sua própria ocorrência.

O simples fato de a pessoa estar hospitalizada faz com que esta adquira signos que irão enquadrá-la em uma nova performance existencial.

As diferentes maneiras de agir e reagir frente às circunstâncias estressantes são chamadas de enfrentamento. Esse enfrentamento pode ser dirigido à emoção, quando a situação é avaliada como fora de controle do indivíduo, e pode ser dirigido à manipulação do problema, que aparece quando uma situação é avaliada como passível de mudança.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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BOTEGA, N. J. (org) Prática psiquiátrica no hospital geral: Interconsulta e emergência. Porto Alegre: Artmed, 2002.


BRENNER, C. Noções básicas de psicanálise: Introdução à psicologia Psicanalítica. Rio de Janeiro: Imago, 1987.


CAMON, V.A.A. (org.) O psicólogo no hospital. Em: A Psicologia hospitalar. São Paulo: Traço, 1988.


CASARINI, K. Estratégias de enfrentamento utilizadas por portadores de insuficiência renal crônica. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, Departamento de Psicologia. Trabalho de Monografia, 1997.

FELÈCIO, J. L. As famílias de pacientes com doenças crônicas e graves: funcionamentos mais característicos. O Mundo da Saúde, ano 27, v.27, n.3: 426-431, 2003.


JEAMMET, P., REYNAUD, M., CONSOLI, S. Psicologia Médica. Rio de Janeiro: Masson, 1982.


KUBLE-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 1987.


MACIEL, S.C. A importância do atendimento psicológico ao paciente renal crônico em hemodiálise. Em: Novos rumos da psicologia da saúde. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2000.


NINA, M. D. A equipe de trabalho interdisciplinar no âmbito hospitalar. Em: OLIVEIRA, M. F. P. & ISMAEL, S.M.C. (orgs) Rumos da Psicologia hospitalar em cardiologia. Campinas, SP: Papirus, p 39-47, 1995.


ROMANO, B. W. Princípios para a prática da psicologia clínica em hospitais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.


SANTOS, C.T. & SEBASTIANI, R.W. Acompanhamento psicológico à pessoa portadora de doença crônica. Em: E a psicologia entrou no hospital. São
Paulo: Pioneira, 1996.

A Psicologia da Saúde



A Psicologia da Saúde busca uma visão mais macro da Saúde (com questões relacionadas à saúde pública, epidemiologia e política), a Psicologia Hospitalar enfatiza a atuação do psicólogo dentro do Hospital.

Na rede pública de saúde, o Psicólogo da Saúde, no contexto hospitalar, depara-se com desafios para suas intervenções. As ações do psicólogo em hospitais devem ser pautadas no trabalho interdisciplinar com a equipe de saúde, no qual, diversos fatores tornam-se fundamentais para contribuição significativa junto aos pacientes, ou seja, a variedade de ambientes presentes em um hospital, como ambulatório, emergência ou pronto-socorro, enfermaria e UTI’s, de forma a possibilitar e/ou limitar suas funções.

O psicólogo em ambulatórios precisa considerar o pouco tempo de permanência, avaliando as queixas trazidas pelos pacientes, procurando saber se são decorrentes de aspectos orgânicos ou emocionais para encaminhar este paciente quando necessário.

O psicólogo em um ambiente de internação ou enfermaria pode acompanhar de maneira mais presente os paciente e seus familiares, bem como o curso da doença e os aspectos emocionais envolvidos, podendo assim encontrar desafios em sua tarefa, como interrupções constantes de profissionais e outros pacientes.

O psicólogo em emergências exige uma intervenção focada e rápida, considerando a necessidade de urgência de atendimento ao paciente, em muitos casos com iminência de morte.

O acolhimento e suporte psicológico nesses ambientes, exigem mais que uma postura ética do profissional, exige uma postura criativa frente às demandas.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A asma e a ansiedade



A relação psicossomática entre asma e ansiedade, deve-se a constatação de que os estados de mobilização emocional ou de estresse possam acentuar os sintomas da asma, os quais por sua vez,geram mais ansiedade completando assim uma espécie de círculo.

A Asma não é um transtorno primário da ansiedade, mais sim desencadeada e agravada por ela. A ansiedade tem sido apontada por vários autores como tendo importante ocorrência entre asmáticos.

As doenças psicossomáticas nascem no silêncio de nossas rotinas, nas frustrações, angústias, ansiedade e tristeza que podem nos acompanhar em todos os dias de nossas vidas.

Há ainda alguns estudos mostrando o bi-comprometimento de agravo entre a Síndrome do Pânico, piorando crises de asma, e a asma piorando crises de Pânico. De qualquer forma, sempre ressaltando a importância do componente ansioso .

Além da ansiedade, a Depressão infantil poderia ter uma correlação somática, através da asma, por exemplo, e um componente comportamental através da asma, por exemplo, e um componente comportamental através da rebeldia, agressividade e hiperatividade.

Abaixo um estudo de caso sobre o tema.

Estudo de Caso

Crianças com problemas respiratórios expressam graficamente suas angústias, confirmando o forte componente emocional desses males.


Considerar a asma apenas uma síndrome respiratória crônica, caracterizada pela inflamação dos brônquios e por acessos de respiração difícil e sibilante, pode ser um grande engano. Há, nesse quadro, concordam psicólogos das mais diversas formações, um forte componente psicossomático, vinculado à afetividade.

Autora da pesquisa A Criança Asmática e o Desenho da Figura Humana, a psicóloga Sônia Moraes Jaehn, professora aposentada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UNESP, câmpus de Botucatu, estabeleceu elos entre os portadores de asma e a imaturidade.

O trabalho foi realizado com 16 crianças de 7 a 12 anos, portadoras de asma brônquica e atendidas regularmente no Ambulatório Especializado do Departamento de Pediatria da FM.

Sônia fundou suas pesquisas no chamado "Teste do Desenho da Figura Humana", criado em 1925 pela norte-americana Florence Goodenough e aperfeiçoado, 24 anos depois, pela sua compatriota Karen Machover. "O teste parte da premissa de que, ao desenhar uma pessoa, o indivíduo se projeta no desenho", diz Sônia, que continua vinculada ao curso de pós-graduação da FM.

"Nos desenhos, as áreas retratadas de maneira desproporcional, indicando alguma espécie de conflito, foram justamente o pescoço e o tronco, com uma freqüência, respectivamente, de 56% e 31% das crianças."

Outro dado importante observado foram os traços de imaturidade gráfica. "Essa característica está presente em 44% dos casos, e não varia de acordo com a idade das crianças. É um traço comum nos portadores de asma", afirma a psicóloga. "São, geralmente, meninos e meninas com características de dependência e inferioridade, que se revelam em atitudes repletas de insegurança e falta de auto-estima."

Nessa linha de raciocínio, à luz da psicologia, uma crise de asma pode ser interpretada como um pedido por socorro e carinho. Se os pais adotam uma atitude dominadora e superprotetora em relação aos filhos asmáticos, eles tendem a ser apáticos e inseguros.

"Perante uma doença crônica, como a asma, a família pode cercar a criança de cuidados excessivos, fazendo com que ela se sinta uma vítima", explica Sônia. Esse processo é perigoso, pois a criança deixa de receber uma educação comum e é impedida de conviver socialmente com outras pessoas da sua idade.

"A mãe começa a dominar a vida do filho, com excesso de cuidados, e costuma não admitir que ele tenha opinião própria", conta Sônia. "É curioso observar que, nos momentos em que esse conflito se torna mais tenso, as crises de asma costumam ocorrer com maior freqüência e intensidade."

A crise de asma, em suas manifestações mais graves, exige a administração de oxigênio, antialérgicos, broncodilatadores (com a chamada "bombinha") e sedativos leves. "O controle medicamentoso, em geral, resolve as crises", informa a psicóloga.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Humanização



O ser humano possui particularidades e subjetividades. Um hospital constitui-se por um espaço coletivo com pessoas das mais variadas particularidades.

Falar em humanização é falar de um avanço onde a psicologia passa a atribuir um papel importante para um caminho, que faz com que o grito de dor de um paciente seja, se não compreendido, escutado.

Conhecer as limitações do ser humano e a sua finitude (...) possibilita recriar e transformar especialmente dois estigmas com os quais o psicólogo hospitalar convive: “o hospital é o lugar do médico” e “ o médico é o dono do doente” ( Leitão,1993)

No século XVIII, os que trabalhavam em hospitais não tinham como objetivo curar o doente, e sim salvar a alma do pobre doente.

A prática médica entre os séculos XVII e XVIII era individualista onde a experiência hospitalar era excluída da formação médica.

Ao longo dos anos, o hospital, além do seu objetivo de tratar as doenças, expande-se, passando a abranger outras atenções diferentes que então não fossem apenas físicas, mas também sociais, psicológicas entre outras.

Humanizar significa “elevar à altura do homem”. Entende-se essa razão da existência de um hospital, os cuidados da saúde perante uma comunidade, onde nem tudo pode ser respondido com técnicas objetivas, pois existem os aspectos subjetivos do cuidador e de quem é cuidado.

A intervenção em saúde está entre a dimensão humana e subjetiva, não importando se o paciente é uma criança, homem, mulher ou adulto. Assim funciona o hospital frente ao seu principal objetivo de trabalho: a vida, sofrimento e a dor do paciente fragilizado pela doença, da família pelo desgaste ou ainda, perda e luto, no qual a dimensão humana e subjetiva encontram-se baseados na totalidade na intervenção em saúde.

“Humanizar seria não resgatar a importância dos aspectos emocionais, indissociáveis dos aspectos físicos na intervenção em saúde. ( Ministério da saúde, 2001)

A definição de um trabalho sobre humanização é complexa, precisa-se fortalecer o comportamento ético. É agir baseado numa vontade de escolha, respeitando o outro.
Os significados simbólicos de ordem psíquica numa compreensão médica, manifestadas no corpo, permite a leitura de um sofrimento físico no paciente, esquecendo sentimentos como: desamparo, confusão, medo, entre outros, assim se o profissional médico não tiver sensibilidade e tempo para escutar essa leitura, o psicólogo tratará das representações que o individuo tem da sua doença através da escuta, criando possibilidades para o surgimento de um novo ser, onde essa escuta ao paciente é tão importante quanto à prescrição de um medicamento.

Humanização é um tema longo, cheio de desafios e mil coisas a serem escritas sobre o assunto. Acredita-se em pautar a prática do psicólogo o mais próximo possível da realidade e do sofrimento, da dor e do adoecer, evidenciando assim a importância da profissão do psicólogo para a promoção da saúde.

domingo, 9 de agosto de 2009

Humanização




Síntese do Livro Psicologia Hospitalar, a atuação do psicólogo em hospitais - Terezinha Calil Padis Campos

A palavra Hospital possui um significado, segundo autores, de hóspede, dando origem na antiguidade ao lugar onde indivíduos se hospedavam. Em decorrência a ocupação de pobres, incuráveis e insanos, antigamente considerado uma espécie de depósito em que amontoavam pessoas doentes, este lugar passou a ser chamado de hospício, designando por muito tempo: hospital de psiquiatria.
Com o desenvolvimento da medicina, de acordo com as regiões, o Hospital assume determinadas características desde construções de valetudinários no qual consistiam em modestas enfermeiras para atendimento de guerreiros até ao pronto atendimento dos doentes, como nos atuais ambulatórios, sem regime de internação, chamados na antiguidade Tabernae Medicae.
No século XI na Inglaterra criou-se o primeiro hospital geral com finalidade principal, a restauração da saúde, no qual os primeiros hospitais foram criados como locais de isolamento, onde o paciente com maiores recursos tratavam-se em suas casas.
A primeira instituição hospitalar destinava-se ao tratamento dos doentes com desenvolvimento das atividades de natureza curativa, onde se aplicava mais à abordagem dos problemas de saúde das comunidades, havendo necessidade de um segundo tipo de instituição, destinada a prática da natureza preventiva, ligada ao poder público, onde no decorrer do desenvolvimento das atividades preventivas, o hospital procurava limitar cada vez mais as atividades curativas, criando uma divisão ao atendimento das atividades de natureza curativa e preventiva.
Assim de acordo com o Ministério da Saúde,o hospital é parte integrante de uma organização médica e social, cuja sua função consiste proporcionar à população assistência tanto curativa quanto preventiva, também sendo um centro de investigação biopsicossocial.
É necessário, segundo a autora conhecer o hospital em seu desenvolvimento como prestador de serviços no campo assistencial, atividades para prevenir doenças e proporcionar meios de pesquisa.
As funções do hospital, como enumera a autora, poderiam ser agrupadas em: prestação de atendimento médico e complementar aos doentes de regime de internação, desenvolvimento de atividades de natureza preventiva, participação de programas de natureza comunitária divulgando conceitos de promoção, proteção e prevenção da saúde. A educação em saúde abrange o doente internado ou de ambulatório e seus familiares. Além disso, há programas de educação em saúde destinados aos próprios funcionários, que são membros da comunidade e agirão como veículo multiplicador das orientações recebidas.
Para os doentes internados e/ou de ambulatório, o conteúdo programático pode se referir a própria doença, aos medicamentos que lhes são ministrados, às orientações que irão receber para cuidados posteriores a seu relacionamento com seus familiares ou estranhos, a cuidados alimentares e dietéticos, a exames complementares que deverão ser solicitados.
Outra função seria a integração ativa do sistema de saúde, onde uma equipe multidisciplinar e/ou interdisciplinar constituirá o quarto poder dentro do hospital.
No século XX, o hospital se amplia servindo toda a comunidade, abrangendo a saúde do indivíduo e toda a comunidade, no hospital existe pólos do poder, o grupo de médicos tem a condução do tratamento dos doentes tendo certa autonomia, a segunda fonte é representada pela administração, e a terceira fonte fica então sendo a direção do hospital, tendo então o psicólogo atuando também em qualquer dos pólos.
A questão da autoridade na instituição hospitalar é uma questão a ser discutida, no hospital existe uma hierarquização de (poder e autoridade), onde todos tem direitos, mas também deveres e responsabilidades.
Falando de hospitais públicos, o paciente se submete ao enfrentamento de filas, a aceitar a rotina imposta nas consultas e encaminhamentos e acatar os tratamentos impostos, se for internado o mesmo tem que abdicar da companhia de familiares, muitas vezes pode chegar a perder sua identidade pessoal, passando a ser números de prontuários.
Os pacientes atendidos em hospitais públicos, sendo contribuintes previdenciários, nem sempre vem a corresponder as necessidades reais que precisam, justamente por falta de funcionários, condições materiais inadequadas ou assistência precária.
A saúde da população exige de uma equipe de saúde, uma revisão de seus valores acadêmicos, pessoais e até sócio políticos, porque existem questões políticas e econômicas que ficam subjacentes às manifestações da instituição e que interferem de modo marcante no atendimento à população.
O paciente encara a doença como uma agressão externa, uma punição, ou ainda, limitações que a doença impõe às atividades do indivíduo, ocorrendo sentimentos de culpa.
A internação é uma ruptura da história do indivíduo que sofre diante da imagem de si, a questão médico e paciente deve ser enfatizada, o momento de uma comunicação de um diagnóstico deve ser permeado de respeito, ética, cuidado e zelo, isso requer do profissional, além de recurso técnico, também recurso humano, onde, muitas vezes, este também é um momento delicado e difícil para o profissional.
O principal objetivo do sistema médico é o auxílio às pessoas a adquirir melhor saúde física, ampliando assim sua percepção em torno das formas disponíveis para solucionar doenças, reduzir limitações e sofrimentos.
O indivíduo na sua condição de paciente fica sujeito ao domínio de uma estrutura hospitalar e ao poder dos profissionais que agem, muitas vezes ferindo a autonomia e a tomada de decisões do próprio paciente.
O processo de internação, pode ser entendida como agressão, onde a instituição reforça a condição de dependência.
Os direitos do paciente tem suma importância . em alguns lugares do mundo se defende que os pacientes devem saber de tudo o que se passa, conhecendo a sua doença até seu prognóstico. Em outros lugares, os médicos preferem guardar o diagnóstico e só revela-lo em casos especiais e para a família do paciente. Receber seu diagnóstico é um direito que o paciente tem, assim como olhar seu prontuário.
O momento do recebimento do diagnóstico é delicado, quando, dependendo da estruturação subjetiva do paciente, este pode afetar ainda mais seu quadro de saúde, levando muitas vezes ao agravamento destes.
A atitude do médico para com o paciente consiste numa relação de sentido psicoterápico, quando médicos em seu exercício de sua profissão devem saber sobre a importância de seu comportamento, gestos, palavras dirigidas, numa relação humana com o paciente, relação esta aberta, flexível de respeito e responsabilidade de ambas as partes, principalmente diante da revelação de um diagnóstico.
Código de ética do hospital brasileiro como ressalva a autora, apontam as responsabilidades do hospital em relação à vida e à recuperação da saúde dos pacientes, onde a pessoa é a razão de ser de toda a atividade humana, aplicando as instituições públicas e privadas, incumbindo o preservar, manter e recuperar a saúde.
A assistência psicológica se refere ao atendimento a pessoa doente, envolvendo também uma equipe que presta seus serviços, vivenciando as dificuldades do paciente e atuando em seu estabelecimento.
A psicologia como área de estudos e atuação em saúde, avança nos estudos dos componentes e fatores biopsicosociais, que atuam paralelamente ao desenvolvimento de tal patologia e que afeta o paciente como um todo, buscando causas e respostas, com objetivo de prestar assistência ao atendimento eficaz à pacientes hospitalizados, assim como a comunidade em geral através de campanhas voltadas a medidas preventivas, ou seja, atuando através de atenção primária em saúde.
O psicólogo na instituição hospitalar busca propiciar aos pacientes hospitalizados a minimização do sofrimento emocional que o processo da doença e a hospitalização desencadeiam no paciente. O psicólogo deve intervir com o paciente, tentando estabelecer um equilíbrio nas relações entre profissionais, pacientes e familiares, estabelecendo uma escuta atenta, levando assim o paciente a refletir sobre o significado do adoecer, mobilizando então recursos próprios de cada paciente para seu processo de restabelecimento.
Com a doença, surgem os meios de defesa psicológica, tendo por finalidade a luta contra angústia, ansiedade, culpa e preocupação frente à doença, estabelecendo assim um novo modo de relação: o paciente doente consigo próprio. Os sintomas emocionais surgem em qualquer fase de uma doença, portanto a presença do psicólogo hospitalar se faz necessário, pois quando um paciente possui uma doença, trás consigo significados e sentimentos que interferem, alteram e determinam o processo vivenciado pelos mesmos, pois a maneira como cada pessoa reage a uma doença depende de múltiplos fatores como: características de personalidade, história de vida, crenças pessoais, estado emocional, organização de capacidades defensivas, interpretação que faz do que lhe esta acontecendo, forma como vivencia a doença e a situação de internação, capacidade de tolerar frustrações, vantagens e desvantagens advindas da posição de doente, projetos de vida, apoio que possa receber e aceitar as relações que estabelece consigo mesmo, com seus familiares e com a equipe.
É de fundamental importância criarem-se equipes multi e interdisciplinares, no sentido de haver uma orientação conjunta quanto à forma de atender qualquer demanda que apareça, estudando-se casos, utilizando o mesmo linguajar frente à equipe multidisciplinar, evitando assim distorções na comunicação com os pacientes e sua famílias.
O psicólogo torna-se então agente humanizador que compreende e utiliza suas técnicas e habilidades para lidar com o paciente, que muitas vezes encontra-se em estado de culpa, tensão, medo, angústia, anseios decorrente da internação, que poderá provocar diversas implicações, sejam emocionalmente ou fisicamente.
O papel do psicólogo é contribuir para a reestruturação do paciente, possibilitando um restabelecimento físico e psicológico.
Um suporte psicológico é essencial num momento de dúvidas e incertezas, possibilitando que o psicólogo pontue aspectos que em meio aos desafios provocados pela situação de estar doente. Dar assistência ao paciente é, sem dúvida, tão importante como proporcionar o melhor tratamento medicamentoso.
É necessário que o profissional psicólogo leve ao paciente o conhecimento de suas potencialidades, fazendo-se perceber em torno das relações com suas atitudes e experiências próprias, fortalecendo assim suas possibilidades de enfrentamento diante situações de crise.
Assim sendo, o psicólogo ajudará o paciente a entrar em contato com seus próprios medos, para então expressar seus sentimentos, onde o paciente trabalhado deverá conseguir apresentar mudanças consideráveis em relação à doença e à vida e o psicólogo que atua em hospitais busca a promoção, prevenção e recuperação do bem estar físico e emocional do paciente hospitalizado, e também tem por função o auxilio na orientação a família em todo processo de doença e hospitalização.

Assista abaixo um belo vídeo sobre Humanização da Saúde.

sábado, 8 de agosto de 2009

A atuação do Psicólogo Hospitalar



Dentro do hospital o Psicólogo Hospitalar utiliza a Psicoterapia Breve e Focal. O psicólogo vai atuar no foco do problema atual, naquilo que está trazendo angústia e sofrimento, no que o paciente traz no momento para você, pois a nossa função dentro do hospital não é a de fazer terapia e sim de amenizar o sofrimento, direcionando sempre na relação paciente-família-equipe.

A abordagem utilizada deve ser aquela com a qual você se identifica, não há tempo para terapia. É realizada uma intervenção psicólogica, um suporte dado a quem está precisando, normalmente solicitado pela equipe ou família,tendo sempre sensibilidade, se colocando no lugar da pessoa, lembrando sempre que o contexto hospitalar muitas vezes despersonifica a pessoa.

Para este assunto abordado nesta postagem recomendo os livros "E a Psicologia entrou no hospital" e "Psicologia Hospitalar: Teoria e Prática".

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

E a Psicologia entrou no hospital...


Psicologia da Saúde - conjunto das contribuições educacionais, científicas e práticas específicas do campo da Psicologia, para a promoção e manutenção da saúde, prevenção e tratamento das doenças e disfunções relacionadas” (Matarazzo, 1980).

"Saúde - estado de completo bem-estar físico, psíquico e social e não meramente ausência de doença." (OMS)

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Questiona-se este conceito, considerando primeiramente um conceito ultrapassado por visar uma perfeição inatingível, tratando de uma definição irreal porque menciona ao perfeito bem estar. A OMS qualificou a saúde nos anos 2000 como difícil de ser alcançada devido as condições de trabalho, condições ambientais, guerras, dívida externa e pobreza.
A organização mundial da saúde tem como responsabilidade:

• Dar assistência aos governos quando requisitada, para fortalecer serviços de saúde;

• Estabelecer e manter serviços técnicos e administrativos que venham a ser solicitados, o que inclui serviços epidemiológicos e estatísticos;

• Providenciar informação, consultoria e assistência no campo da saúde;

• Propor convenções internacionais e encontros sobre assuntos de saúde, promover e conduzir pesquisas na área da saúde, dentre outros.
em saúde.

A OMS foi fundada em 7 de abril de 1948. Segundo sua constituição, a mesma tem por objetivo desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos.