quinta-feira, 17 de março de 2011

Psicologia ...HIV/AIDS






SÍNTESE DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA

beatriz.psi@live.com




AS IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS VIVENCIADAS PELOS PORTADORES
HIV/ AIDS NO HOSPITAL GERAL


RESUMO


A presente pesquisa teve como objetivo geral conhecer as implicações psicossociais vivenciadas pelos portadores com HIV/ AIDS internados no Hospital Geral Nereu Ramos, de Florianópolis. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de campo, exploratória, de natureza qualitativa. O recurso utilizado foi uma entrevista semi-estruturada, que abrangeu oito pacientes HIV/AIDS. Os resultados condensados permitem dizer que o grupo entrevistado é do sexo masculino, tendo idades variando entre 25 e 59 anos. Foram investigados os seguintes aspectos: a identificação dos sentimentos do paciente ao receber o diagnóstico; a percepção do paciente sobre ser portador do vírus; a existência de preconceitos; verificação na percepção do paciente sobre mudanças no relacionamento afetivo, familiar, profissional e em suas atividades diárias; e a verificação da necessidade de atendimento psicológico. A análise dos resultados demonstra como cada paciente vivenciou as etapas da doença e algumas implicações psicossociais desde a reação do paciente, ao saber seu diagnóstico, este como inesperado, até como seus familiares proporcionariam uma segurança afetiva, tranqüilidade, confiança, esperança e motivação, fatores que são decisivos no equilíbrio psíquico do paciente portador do vírus, formando assim o apoio destes portadores HIV/AIDS, deixando claro o não entendimento do papel do psicólogo no hospital.



Palavras chaves:. HIV/AIDS. Implicações psicossociais. Equilíbrio psíquico Psicólogo hospitalar.


As entrevistas foram realizadas no Hospital Geral Nereu Ramos, na cidade de Florianópolis/SC, em 31 de agosto de 2007, onde foram entrevistados oito pacientes internados na ala designada aos portadores de HIV e/ou doente da AIDS, com a finalidade de verificar a ocorrência das implicações psicossociais em pacientes com HIV/ AIDS, entre 25 a 59 anos, do sexo masculino. Cabe mencionar que o tempo de internação variou entre 1 (um) e 30 (trinta) dias.
Convém ressaltar que o psicólogo hospitalar considere esses pacientes individualmente, para assim trabalhar a relação existente entre elas, formando uma ligação que facilite o relacionamento entre paciente, família e profissional da saúde.
Campos (1995) considera que o psicólogo atuando em hospitais visa, portanto, buscar a promoção, prevenção e recuperação do bem-estar físico e emocional de pacientes hospitalizados, e também tem por função o auxílio na orientação a família destes pacientes, em todo processo de doença e hospitalização.
Com o tempo, o paciente submetido a uma intervenção psicológica pode diminuir sua freqüência em relação às intervenções, até que possa levar a vida sem necessidade de visitar o psicólogo de maneira sistemática. Assim, deduz-se que a duração do tratamento psicológico pode ser variável, de acordo com a necessidade de cada um.

5 CONCLUSÃO

Esta pesquisa teve como objetivo conhecer as implicações psicossociais vivenciadas pelos portadores HIV / AIDS englobando assim a subjetividade em torno do adoecer.
Quanto ao problema de pesquisa, verificou-se que as implicações psicossociais variaram conforme cada um vivenciou e enfrentou seus sentimentos.
Foi possível observar a maneira como cada paciente reagiu no momento do diagnóstico, tendo como suas primeiras reações diante do fato de estar com HIV, de formas semelhantes, ou seja, as reações (inesperado, já esperavam pelo diagnóstico, negação, horrível, morte e choque) variam de acordo como a maneira de comunicação do diagnóstico.
No segundo objetivo, que tinha como interesse identificar a percepção do paciente sobre ser portador do vírus, pode-se notar que a grande maioria atribui o significado de ser portador do vírus HIV, com sentimentos em torno de angústia, depressão, morte, tristeza e negação, entretanto houve aqueles que responderam dando significados voltados em torno de cuidados e luta, motivados, assim, por suas famílias, acreditando que o amor familiar é de suma importância para suprir o sentimento que a sociedade demonstra ao portador do vírus.
A AIDS, desde sua descoberta, vem colocando os conhecimentos da ciência e alguns dos valores humanos em questionamento. Assim, com os avanços da ciência e da medicina, permitiu-se que a AIDS fosse vista agora como uma doença crônica.
Outro fato que também ficou evidenciado foi em relação à contaminação. Apesar das diversas campanhas de prevenção do vírus HIV, ainda é muito freqüente a contaminação através do sexo e das drogas injetáveis, onde apesar da mídia divulgar métodos de prevenção e conscientizar a população dos perigos que o sexo sem proteção e as drogas injetáveis expõe, o descaso é também enorme por parte da população. Os portadores desta pesquisa enfatizam também que o preconceito afastou pessoas próximas, gerando situações desagradáveis no trabalho e no meio social o qual viviam.
Outra observação concluída, que deve ser ressaltada, é que grande parte dos portadores de HIV entrevistados nesta pesquisa não esconderam o diagnóstico dos familiares, fato que defronta as atuais literaturas.
Em relação ao quarto objetivo, que era verificar na percepção dos pacientes mudanças em seu relacionamento familiar e em suas atividades diárias, após o recebimento do diagnóstico, nota-se que a reação da família primeiramente foi de choro e o desespero. Esta é a atitude com maior incidência entre os familiares de pacientes soropositivos, onde em decorrência este fato é desencadeado devido às modificações sócio-culturais que a família acaba sofrendo, porém em tempos atuais os estigmas por parte de familiares com relação a AIDS e seu portador está diminuindo.
No que tange às modificações psicossociais após o diagnóstico, observou-se que a maior parcela dos entrevistados apresentaram modificações na suas vivências após o diagnóstico, modificações essas que buscam a melhor maneira de manter uma boa saúde com grandes cuidados ao bem-estar físico do portador.
No que se refere ao quinto e último objetivo, que era verificar a necessidade de atendimento psicológico após o diagnóstico na percepção do paciente, um fator preocupante foi demonstrado com grande incidência nesta pesquisa, qual seja, grande parte dos portadores do vírus HIV entrevistados não dão relevância à necessidade de atendimento psicológico, onde, segundo os entrevistados, o suporte psicológico necessário vem da própria família, evidenciando assim a falta de informação sobre o papel do psicólogo, na reestruturação física e psicológica dos portadores do vírus HIV.
Contrariamente ao pensamento destes pacientes, Simonetti (2004) coloca que, para a psicologia todo sintoma, além de doer e fazer sofrer, comporta informações sobre a subjetividade do paciente, havendo a noção de que o sujeito fala por meio de seus sintomas, ou é falado por eles.
O papel do psicólogo é contribuir para a reestruturação do paciente, possibilitando um restabelecimento físico e psicológico.
Sabe-se, por tudo que já foi respaldado teoricamente, que são muitos e complexos os sentimentos que a condição de portador HIV/AIDS desperta, deixando clara a necessidade de uma reorganização de prioridade e da própria vida dessas pessoas.
Ainda de acordo com Simonetti (2004), uma das características da Psicologia é que ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente faz com que o paciente venha a fazer um processo de elaboração simbólica do adoecimento.
Um suporte psicológico é essencial num momento de dúvidas e incertezas, possibilitando que o psicólogo pontue aspectos que em meio aos desafios provocados pela situação de estar doente, os portadores não percebam.
Uma intervenção psicológica possibilita ao paciente explorar suas emoções ocultas, como: raiva, desespero, medo, compreensão, dentre outros, possibilitando assim examinar suas reais necessidades, tornando disponíveis os seus recursos para lidar com sua condição de uma maneira positiva.
Ferreira (2003) diz que existem momentos em que o paciente busca em sua família e em seus amigos uma palavra de consolo para poder diminuir o peso que a doença carrega, para então poder tranqüilizar seus medos.
Dar assistência ao paciente é, sem dúvida, tão importante como proporcionar o melhor tratamento medicamentoso.
Segundo Ferreira (2003), o psicólogo muito pouco pode fazer em termos orgânicos e é exatamente aí que se originam sentimentos negativos no paciente. Assim, nem sempre o psicólogo tem a resposta esperada pelo paciente, em termos de interesses, mesmo não se tendo consciência.
O portador do vírus HIV e/ou doente da AIDS precisa muito do trabalho do psicólogo para poder aprender a lidar com suas angústias, perdas e com a nova realidade.
Campos (1995) enfoca ser necessário que o profissional psicólogo leve ao indivíduo o conhecimento de suas potencialidades, fazendo-se perceber em torno das relações com suas atitudes e experiências próprias, fortalecendo assim suas possibilidades de enfrentamento diante situações de crise.
Assim sendo, o psicólogo ajudará o paciente a entrar em contato com seus próprios medos, para então poder expressar seus sentimentos, onde quando o paciente trabalhado deverá conseguir apresentar mudanças consideráveis em relação à doença e à vida.
Durante o processo de realização dessa pesquisa constatou-se que na referida unidade hospitalar não há psicólogos fazendo parte da equipe de profissionais. Neste momento questiona-se a falta do conhecimento do papel do psicólogo transcende ao paciente, ou seja, será que há um desconhecimento da função do psicólogo também na equipe de profissionais. Dentro da equipe, o psicólogo possibilitará uma melhor interação visando objetivos aprendidos e articulados em direção a melhora, onde todos os profissionais devem ser treinados para lidar com os aspectos envolvidos no HIV/AIDS, como preconceito, medo, impotência e outros.
Diante do exposto acima, essa pesquisa contribuiu para a compreensão da subjetividade que envolve o paciente portador do HIV e/ou doente da AIDS no seu contexto psicossocial. Propões novos estudos referentes à temática do HIV/AIDS enfocando outros aspectos (tratamento, questões familiar).
Sugere-se a formação de grupos operativos de portadores, possibilitando que estes discutam seus problemas, sob coordenação de um dos membros da equipe, sendo o psicólogo o mais instrumentalizado para isso, onde este trabalho pode servir de suporte teórico tanto para acadêmicos do curso de Psicologia, quanto para acadêmicos de outras áreas, que venham querer trabalhar com esse tema tão difícil e apaixonante, onde há ainda muito a ser trabalhado, ajudando assim a minimizar o sofrimento destes agora soropositivos ou doentes da AIDS.

quarta-feira, 16 de março de 2011

ASPECTOS PSICOLÓGICOS DOS CUIDADORES




Parte da Monografia da minha querida amiga Psicóloga Rita de Cássia Dantas, achei muito legal e enriquecedor para ser pesquisado e trabalhado.



Segundo Carvalho et al (2001) a morbidade psicológica dos profissionais da saúde e/ou cuidadores informais é um assunto que tem despertado o interesse de pesquisadores há bastante tempo. Ao falarmos de aspectos psicológicos podemos aqui citar o estresse e a síndrome de burnout em cuidadores profissionais e/ou cuidadores informais, vale destacar que muitas vezes intensamente empenhados em cuidar de seus pacientes, não têm a mesma disponibilidade interna para cuidar de si mesmos ou de seus companheiros de trabalho e notar quando esses cuidados são necessários, em função do estresse a que estão submetidos na lida diária com os pacientes com os quais trabalham.
Em muitos casos os profissionais de saúde vivem situações-limites, nas quais exigências ligadas a tomadas de decisão ou à procura prática profissional são intensas. As exigências podem também ter origem em aspectos psicológicos do cuidador, além daquelas oriundas das situações-limite já citadas. Fatores ligados a formação pessoal e/ou profissional do cuidador podem dar origem a tensões importantes de saúde, sobretudo o médico, acaba sentindo a morte geralmente como um fracasso. Apesar de, algumas vezes, essa afirmação poder ser verdadeira, ela não deve se aplicar a todas as situações.
A mesma autora ainda refere que os cuidadores de saúde têm sido forçados a seguir frente idéia de que devem combater as suas limitações e defesas psicológicas frente a situações difíceis do cotidiano. Se por um lado, essa atitude tem contribuído significativamente para a melhora das condições de vida da população e para o claro aumento da expectativa de vida, por outro, ela traz em si o risco de contribuir para elevação do estresse, depressão, transtornos. A atitude de curar está contida na de cuidar sempre, a vantagem da valorização do cuidado está em evitar a percepção de que nada mais há a fazer com o paciente que não tiver possibilidade de cura. Alguns estudos têm identificado diferentes níveis de estresse entre os profissionais cuidadores e/ou informais.
Segundo Beneri et. al. (2001), hoje em dia, as necessidades psicossociais dos cuidadores, avaliadas sob a temática do sofrimento psíquico, abrange praticamente todas as áreas de atividades, passando pelos processos de administração e cuidado, relacionamentos interpessoais, organização do trabalho, satisfação com o salário, reconhecimento profissional, entre outros.
Ainda com Beneri et. al. (2001), de forma geral, as enfermeiras verbalizaram a necessidade de realizarem práticas de cuidado de si para futuro cuidado do outro. As autoras mostram que é fundamental a implementação de práticas de cuidado de si e medidas mais efetivas de modo a modificar o cotidiano das enfermeiras; modificações não só nas condições de trabalho, entretanto no próprio modo de ser da enfermeira, de como tem procedido ao longo de sua vida profissional. Suas considerações tiveram como objetivo obter condições adequadas para o cuidado do cliente, proporcionando uma assistência adequada, sem que a profissional necessite doar-se e negar-se como pessoa
Segundo Lipp (1987) a dinâmica do processo de trabalho do cuidador representa um fator determinante para a construção e problematização da sua qualidade de vida, bem como um processo responsável pelo surgimento de diversos fatores geradores de estresse para esses cuidaores. Dentro destes fatores, emergiram dos depoimentos a sobrecarga de trabalho, acúmulo de funções e suas implicações no sentimento de prazer.
Segundo Santos (2002) o trabalho do cuidador distingue para uma situação em condições insatisfatórias, com exagerado número de tarefas, constante improvisação e absenteísmo. Esta situação intervém na saúde mental dos trabalhadores e ao mesmo tempo na qualidade da assistência prestada. Deste modo, propõe a necessidade de desenvolvimento de novos estudos a fim de analisar as implicações psicológicas inerentes a pessoa do cuidador favorecendo assim, a conscientização e o conhecimento das precisões psicossociais além de predispor o diagnóstico da qualidade de vida do mesmo.
Zarit (1997) postula que cuidadores apresentam taxas mais altas de depressão e outros sintomas psiquiátricos e podem ter mais problemas de saúde que pessoas, com a mesma idade, que não são cuidadores. Além disso, os cuidadores participam menos de atividades sociais, contêm mais problemas no trabalho, e apresentam maior freqüência de conflitos familiares, comumente tendo como foco a forma como eles cuidam do parente comum. Algumas pessoas chegam a apresentar o que tem sido chamado de "erosão do self ", pela forma como submergem no papel de cuidadores.
A mesma autora re refere que apesar dessas constatações, algumas pessoas são capazes de enfrentar de maneira adequada as situações estressantes decorrentes do cuidado prestado. Assim, para propor intervenções, é imperativo identificar a variabilidade das respostas aos estressores, para se promover programas que possam ajudar a limitar o impacto que o cuidar pode trazer ou ajudar a identificar e incluir fatores que possam mediar e reduzir o impacto.
Segundo Campos (1995) O organismo perde a capacidade de reconhecer e anular células malignas mutantes que passam a se reproduzir livremente. Esse é um dos motivos pelos quais quando o sentimento de culpa e impotência é muito intenso, é necessário ajuda psicológica para evitar que o estado emocional impeça de responder positivamente.
Ainda com Campos (1995), entendo que angústia e culpa, são fenômenos humanos muito significativos e fatores dominantes da vida dos seres humanos. Revendo um pouco da história observa-se que o homem sempre lutou contra a doença, num sentido mais amplo, seja cuidando ou sendo cuidada, lutou contra morte, buscando preservar sua vida terrena, lutando contra doença dos modos mais diferentes, em cada época e cultura.

terça-feira, 15 de março de 2011

Psicologia e mulheres diagnosticadas com Câncer de Mama








A família surge por sua vez como unidade de cuidado, uma fonte de ajuda, podendo construir para o equilíbrio físico e emocional. Cada família tem sua forma de interpretar a situação, movimentando-se para uma situação a partir de uma percepção em que cultura, regras e normas, influenciam seus comportamentos e processo de comunicação entre as mulheres com câncer de mama e seus familiares.

A família é um sistema de interação e forma uma totalidade integrada a qual não pode ser reduzida a mera soma de seus elementos, a natureza de seu todo é diferente. O padrão de interação formado entre seus elementos é que permite compreender a sua forma de funcionamento. Além disso, não se pode ignorar a multiplicidade de causas que determinam em um dado momento, a situação da família, pode-se fixar a atenção nesta, porém ela estará sempre em relação com um contexto maior, que é o sistema social no qual está inserida ( ASSIS, 1993, p.26).

Franco (2008) descreve que a família pode ser entendida como um sistema no qual a soma das partes é mais que um todo. Desta forma, segundo a autora, tudo que afeta o sistema como um todo, afetará cada indivíduo, e tudo que afeta o indivíduo afetará a família como um todo.
As cinco dimensões mais freqüentes na definição e descrição de família, segundo Franco (2008) são:
1- Padrões de comunicação;
2- Fronteiras entre os membros individuais da família e também entre a família como um todo e o restante do mundo;
3- Flexibilidade de papéis dentro da família;
4- Alianças nos subsistemas da família;
5- Regras familiares.

Ainda segundo Franco (2008), uma crise familiar se forma diante das responsabilidades e mudanças. Os membros da família vivenciam o estresse desde do momento do diagnóstico, caracterizando uma crise familiar, descrita como crônica pelas necessidades de adaptação diante das condições anormais advindas da doença, juntamente com a necessidade de manter padrões rotineiros. As novas responsabilidades e mudanças na família de um paciente com câncer são constituídas por incertezas e ansiedade, que afetarão o paciente como toda a família, onde a mesma começa a experimentar o luto antecipatório.

Quando nascemos nossa dependência em relação aos outros é total, diminuindo somente com o tempo, sem jamais terminar. Nossa dependência em relação aos outros é constante e continua porque só conseguimos nos realizar enquanto pessoas através do outro. O isolamento impede a realização pessoal, tanto afetiva quanto profissional. Há momentos em que a sociedade e família se confundem, a família propicia um grau de afeto e amor que a sociedade não oferece. Mas do que isso, muitas vezes a família constitui o lugar seguro para o indivíduo contra a ameaça as ameaças trazidas pela sociedade (FERREIRA, 2003, p.279.)

As relações familiares se estabelecem através de padrões, regras que surgem onde os padrões de interação se formam acerca do comportamento de cada membro.
Ramos & Lustosa (2009) mencionam que os sentimentos no relacionamento entre os membros da família após a descoberta da doença, muitas vezes são vivenciadas de forma positiva, ocorrendo aumento de atenção e de cuidado por parte dos outros, no entanto, muitas vezes as respostas das próprias mulheres frente à doença são negativas chegando a um isolamento, vergonha e depressão.

Richter (1996) afirma que a família é o palco onde dramaticamente entram em cena as forças emocionais de depressão, medo, teimosia defensiva e protesto, acompanhando o encontro e o choque de gerações.
O equilíbrio emocional é buscado através de novas adaptações realizadas, tanto pela família quando as mulheres com câncer de mama.
O enfrentamento de mulheres com a neoplasia de câncer de mama, pode trazer no entanto, preocupações com a sobrevivência e mutilação nas mamas e quando isso ocorre, muitas vezes trás complicações também ao seu cônjuge, onde a busca do enfrentamento dependerá de cada paciente, do seu histórico pessoal e estrutura psíquica adquirida ao longo da vida( LIBERATO, 2008).

Peçanha (2008) descreve que a palavra enfrentamento é utilizada muitas vezes quando se fala em câncer. Para tanto, o estudo do enfrentamento ou coping tem uma definição entre as pesquisas e intervenções usadas por Lazarus, no qual vem a se referir a um conjunto de estratégias usadas para lidar com uma ameaça iminente.
Segundo Peçanha (2008) afirma ao explicar que coping nem sempre quer dizer enfrentamento, onde a mesma possui uma conotação positiva, no sentindo de luta que não corresponde às estratégias de evasão, que também são utilizadas para responder ao estresse.
Segundo Franco (2008) no enfrentamento da doença pela família, vindo a existir fatores facilitadores e fatores complicadores. Entre os facilitadores estão:
1- Estrutura familiar flexível que permite reajuste de papéis;
2- Boa comunicação com a equipe profissional e os membros da família;

3- Conhecimentos dos sintomas, ciclo da doença;
4- Participação nas diferentes fases para obter senso de controle;
5- Sistemas de apoio informal e formal disponíveis.



Agradecimentos a amiga querida Bruna ( http://brunapsicologa.blogspot.com) ótima amiga, ótima profissional,que postou em seu blog parte desta minha monografia.
Bruna é assim como eu, eterna apaixonada por nossa tão amada profissão, ser Psicólogo!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Psicologia e Mulheres Diagnosticadas com Câncer de Mama




A raiva irracional é o alívio para que indivíduo possa aceitar melhor sua situação e condição atual: ter câncer de mama.

Terceiro estágio: barganha - Sendo mais conhecido, esse estágio é uma tentativa de adiantamento, quando, depois da percepção do indivíduo, por mais raiva que se tenha, ninguém o salvará.
A maioria das barganhas são feitas com Deus, e mantidas geralmente em segredo, onde pede-se alguma coisa e dá-se outra em troca outra. Após ter tentado inúmeras barganhas e percebendo-se impotente, o individuo não tem mais força para lutar por sua recuperação, desistindo de tudo, entrando assim no quarto estágio, caracterizada pela depressão.

Quarto estágio: depressão - É quando o indivíduo não pode mais negar sua doença, quando é forçado a internações, ou quando começa a apresentar novos sintomas, tornando-se mais debilitado, magro, não podendo esconder sua doença. É o sentimento psíquico de quem percebe a realidade como ela vem a se apresentar, com todas as perdas e dificuldades existentes. Graner (et al,2008) descrevem que estudos, sobre depressão em mulheres com câncer de mama, que passaram por algum procedimento invasivo, como cirurgias, possuem maior tendência a apresentar depressão do que aquelas que se encontram no início da doença, sendo um momento que se sentem fragilizadas proporcionando maior probabilidade de desenvolvimento do transtorno psiquiátrico.

Quinto estágio: aceitação - Depois de sobreviver a depressão, ocorre a aceitação, esta pela possibilidade de morte e inicio de uma expectativa menos tensa em relação à proximidade do seu fim. O individuo, agora paciente, torna-se mais silencioso. Seus interesses pelas coisas da vida vão diminuindo significativamente. Quando muito debilitada, a paciente tem dificuldades de se reconhecer nessa fase, pois estando apreensiva por sua condição, muitas vezes sentindo dores e mal estar, teme por sua vida ou por seqüelas que, objetiva ou subjetivamente possam ocorrer.


Pettingale (1979) aponta basicamente quatro tipos de reações emocionais ao câncer de mama, são:
Negação – envolve a desconsideração dos riscos inerentes à doença e a evitação do assunto.
Estorcismo – marcado pelo conformismo e pela resignação dado que leva a doença a ser concebida como uma fatalidade, obra do destino.
Aflição- torna o discurso do paciente monopolizado por preocupações referentes ao câncer ou promove significativa expressão de angústia.
Enfrentamento- implica numa busca ativa por informações sobre o diagnóstico e tratamento, engajando o indivíduo numa luta pessoal contra a doença.
Meyerowitz (1987) atribui em três aéreas o impacto psicossocial na vida da mulher com câncer de mama, sendo:
a- Desconforto psicológico frente a ansiedade, depressão e raiva.
b- Mudança no padrão de vida da mulher como desconfortos físicos, separação no casamento ou vida sexual e nível de atividade alterada.
c- Medos e preocupações existentes na mulher com câncer de mama referente a mastectomia, perda do seio, morte.

Venâncio (2004) ressalta que todos esses fatores emocionais na vida da mulher com câncer de mama, influenciam no sucesso do tratamento e da reabilitação, assim como em sua qualidade de vida.
Com o câncer surgem os meios de defesa psicológica, tendo por finalidade a luta contra angústia, ansiedade, preocupação frente à doença, estabelecendo assim um novo modo de relação: a mulher doente consigo própria.
Ainda de acordo com a autora acima após o choque e as fases do conflito interno que a mulher passa com o câncer de mama, a mesma aceita por fim seu diagnóstico e começa o tratamento.
Bergamasco & Angelo (2001) afirmam que o tempo de espera entre os exames e confirmação de diagnóstico são traduzidos em sinais de ansiedade, angústia e desamparo podendo ser preenchido com pensamentos de morte e pânico.

Peçanha (2008) expõe que a depressão no câncer de mama é apontada como conseqüência psicossocial significativa em mulheres com essa demanda, a ameaça de ser revelada uma recidiva ou ainda a própria recidiva, engloba parte das alterações psicológicas presentes em qualquer momento do curso do tratamento.
LeShan (1992) afirma que os conflitos emocionais podem continuar afetando a saúde, podendo até a haver a recidiva da doença,ou seja, sucesso das técnicas cirúrgicas não diminui a necessidade de compreensão dos fatores psicológicos envolvidos, ajudando aquelas pacientes que precisam elaborar e enfrentar essa crise, onde a intensidade das experiências emocionais no processo doença pode postular uma interferência na saúde com variações desde simples experiência em torno da vivência da mulher acometida pelo câncer, até traumas marcantes.

Fongaro & Sebastiani (2003, p.47) definem esperança como “uma manifestação psíquica que demonstra a permanência de projeto de vida e expectativas frente a esta”.
Barros (2008) menciona ser sábia que a religiosidade e a espiritualidade influenciem favoravelmente na reenergização e no enfrentamento da doença, ajudando nos momentos de crise, no qual pode trazer sentido a vida.
Elkins (2000) afirma que a espiritualidade pode ser definida como um modo de ser e de sentir, sendo caracterizado por certos valores identificáveis com relação a si mesmo, aos outros, a vida.

Liberato & Macieira (2008) ressaltam que a espiritualidade é universal, disponível para qualquer ser humano, não se restringindo a uma religião, cultura ou grupo de pessoas.
Para Gimenes (2002) a espiritualidade trata-se de um processo de extrema importância em momentos difíceis que proporciona uma visão própria da vida e do mundo.
Segundo Meraviglia (2006) qualquer indivíduo que venha a receber um diagnóstico de câncer experimenta um grande sofrimento causado pelo abalo em seu estilo de vida como conseqüência da doença seu tratamento e os efeitos colaterais presentes, sendo que alguns desses indivíduos encontrarão, em sua espiritualidade ajuda para o enfrentamento das crises físicas e psicológicas em todo o processo saúde e doença.
Spink (2003) afirma que para entender a importância pessoal da doença, é preciso situar-se no contexto biográfico do sujeito, onde se deve ter em vista que a doença não elimina obrigatoriamente as metas e os desejos da paciente, podendo as mesmas aproveitar esse período para fazer uma revisão de vida, criando novos significados.

O adoecer é uma experiência única, de desordem que adquire um sentindo específico perante o contexto existencial da mulher, com significados que os sintomas, experiência perante ao tratamento e relações interpessoais possam ter no contexto de vida da mulher. Alguns fatores de risco devem ser avaliados com cuidado, como o risco de suicídio, pois as depressões incluem tentativas de suicídio, abandono da família.
Como já foi mencionado as mulheres portadoras do câncer de mama, passam por vários lutos até chegarem na realização dos tratamentos que podem ser: quimioterápicos, radioterápicos, hormonioterapicos e outras terapias associadas como a psicoterapia.
Apesar doa avanços da medicina, diante de um diagnóstico de câncer de mama, é comum a paciente sentir-se desestruturada e fragilizada. O âmbito social infelizmente, muitas vezes se faz pensar em câncer como uma idéia de morte, acompanhada de dor e sofrimento, e embora as reações emocionais variam de indivíduo para indivíduo, existem semelhanças quanto ao prognóstico psicológico diante dos acontecimentos, ou seja, cada paciente viverá esse momento único e individual.

Vieira, et al. (2005) ressaltam que as pacientes com câncer de mama vivenciam experiências de dor física e psicológica durante diferentes estágios da doença, no qual, ainda não é possível afirmar que todas as mulheres com câncer de mama, sintam as mesmas dores. Já que este é um conceito subjetivo, onde as experiências emocionais vividas por mulheres com câncer de mama influenciam assim todo o processo da doença, desde a aceitação até o tratamento, bem como na qualidade e intensidade da dor.

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domingo, 13 de março de 2011

Atuação do Psicólogo Hospitalar junto ás mulheres diagnosticadas com Câncer de Mama


Aspectos Psicológicos da Mulher com Câncer de Mama


A comunicação do diagnóstico de câncer pode implicar primeiramente numa notícia de revelação com intenso sofrimento. O momento em que as pessoas recebem o diagnóstico é sempre muito delicado, porém nem sempre tratado com o devido cuidado.
O diagnóstico de câncer de mama é, sem dúvida, muito ameaçador, costumando a provocar insegurança diante de um futuro, com o qual seus ideais são questionados durante todo o seu processo saúde e doença.
O diagnóstico de câncer e todo o processo da doença são vividos pelo paciente e pela sua família como um momento de intensa angústia, sofrimento e ansiedade. Além do rótulo de uma doença dolorosa e mortal, o paciente comumente vivencia no tratamento, geralmente longo, perdas e sintomas adversos, acarretando prejuízos nas habilidades funcionais, vocacionais e incerteza quanto ao futuro. Muitas fantasias e preocupações em relação à morte, mutilações e dor encontram-se presentes (VENÂNCIO; 2008, p.56-63)

Segundo Monteiro (1996) o seio é um órgão altamente erogenizado, sua participação no ato sexual é relevante, entretanto, sua ablação vem a interferir de forma direta e indiretamente na consecução do prazer, além disso, a necessidade inconscientemente de reparação perante seus objetos internos danificados.
Soares (2007) postula a revelação do diagnóstico com iniciante do fato do câncer de mama referir-se a possível perda do seio e a morte terem uma estreita relação,desde o ponto de vista ético dos profissionais que venham dar a notícia do diagnóstico e das próprias pacientes,necessitando do saber frente suas condições e possíveis tratamentos,sejam medicamentosos ou psicológico.
Os pacientes com câncer vivenciam desde alterações físicas e psicológicas até alterações sociais, onde a depressão como alteração presente nessa demanda costuma ser um sintoma freqüente e a mais complicada de ser tratada (SOARES, 2007).

Como já fora mencionado, o diagnóstico de câncer de mama, é uma das doenças mais temidas pelas mulheres, por apresentar efeitos psicológicos que afetam a sexualidade e imagem pessoal, vem portanto acompanhado de muita angústia e sofrimento, ansiedade e as fantasias são de grande intensidade em todo processo da doença.
Paiva & Pinotti (1998) relatam que o aparecimento de sintomas gera ansiedade, no sentido de que algo de anormal se passa na vida da pessoa. Esse sentindo muitas vezes, vem a ameaçar sua existência, fazendo com que a pessoa torna-se consciente de sua finitude, ou seja, a possibilidade de morte, acarreta muita angústia, o receio de estar com esta grave doença, gera também o medo de ir ao médico e confirmar esta possibilidade.
Segundo os autores acima, observa-se que para o processo diagnóstico ser mais fácil e menos dolorido, embora não deixando de ser sofrido, é importante um espaço para o paciente então vir a depositar seus sentimentos e emoções frente a sua doença, seu adoecer, sua vida e sua possível morte, necessitando a partir desse momento de sentimentos que acompanham o diagnóstico e o tratamento.
Soares (2007) postula quando pacientes recebem o diagnóstico de câncer de mama, para muitas mulheres, de um modo geral, a idéia de morte remete a sentimentos de perda dos cabelos, seio,despertando portanto,sentimentos dolorosos. Trata-se de uma espécie de dor psíquica que muitas vezes gera dores físicas ou criando uma dinâmica incompreensível para aquelas que lutam até o fim para amenizar seu sofrimento psíquico diante de uma doença com possível cura.
O câncer não é mais atualmente uma doença fatal, mas sim uma doença crônica, cada vez mais curável e tratável sempre que há um diagnóstico precocemente.

Soares (2007) enfatiza que para a mulher, as mamas representam a sexualidade e a maternidade, mas também possui uma representação simbólica de narcisismo,onde para ela, representa o símbolo da identidade corporal feminina e sentimento de auto estima.
A mama, como símbolo da sexualidade, quando danificada, altera a auto-imagem da mulher, surgindo sentimentos de inferioridade e medo de rejeição, sendo que quanto maior o investimento da mulher nesse órgão, maior será o sentimento de perda (SOARES, 2007).
De acordo com Soares (2007) ressalta que a mama confere à mulher sua identidade feminina que ao receberem o diagnóstico, esses valores ficam em suspenso, sem falar de angústia e medo da morte que permeia todo esse processo, ocorrendo uma diminuição da auto estima, sentimentos de vergonha e inferioridade, medo da rejeição do parceiro e evitação de relacionamento e quando a retirada parcial ou total da mama é comum a imagem corporal atual não coincidir com a imagem sentido e lembrada.
Maluf, et al. (2005, p.152) descrevem que o processo de luto pelo qual passa a mulher com câncer de mama, vem a ser um momento único no qual a mulher tem a possibilidade de entrar em contato com seus conteúdos internos e os chocar com a nova realidade, elaborando para então poder refazer- se psiquicamente, onde sua auto imagem através da nova realidade, que é o câncer de mama.

O luto é uma reação absolutamente sadia e faz parte do processo de desvinculação da libido do objeto perdido. Desta forma, a tentativa de interromper o luto é inútil ou até prejudicial ao sujeito, e a brusca substituição do objeto perdido tende a não ser aceita. O processo de desligamento é gradual e demanda um tempo que deve ser respeitado (GONÇALVES 2001).
Conforme Bromberg (1994): “O luto é um conjunto de reações a uma perda significativa, os sujeitos enlutados venham a apresentam reações psicológicas, fisiológicas e/ou comportamentais e passam por quatro fases”. Ou seja, a autora descreve a sintomatologia do luto, analisando assim os sintomas a partir de reações afetivas:
a) Entorpecimento: Choque e descrença diante do adoecimento, com duração de horas ou dias, ás vezes acompanhados por crises de raiva ou desespero, quando o indivíduo fica sem saber o que fazer no primeiro momento em que se recebe o diagnóstico.
b) Anseio ou protesto: Procura pelo objeto perdido, sofrimento psicológico e agitação física são características dessa fase,onde os indivíduos percebem de forma mais consciente a perda, e ansiosamente buscam pelo objeto perdido,quando surge a raiva contra si e contra as pessoas.
c) Desespero: Período mais doloroso, onde há reconhecimento da irreversibilidade da perda, instala-se a depressão, onde existe o afastamento de atividades e das pessoas.
d) Recuperação: Reorganização da vida, onde a depressão e apatia dão espaço a sentimentos mais favoráveis, momento em que surge uma nova identidade para favorecimento do estabelecimento de novas relações de amizades e resgates de antigos laços.
Segundo Parkes (1998), existem três componentes no processo de elaboração do luto:
1- O individuo ocupa-se com pensamentos sobre “aquilo” que foi perdido, e uma derivação da permanência da procura do objeto perdido.
2- Há difíceis e dolorosas lembranças; as da experiência da perda, que precisam ser elaboradas a preocupação necessária mesmo que a perda não totalmente aceita como irremediável.
3- Existe uma tentativa de encontrar um sentido de perda, para aderi-la no conjunto de crenças sobre o mundo, ou modificá-las quando necessário.
Soares (2007) ressalta que quando a paciente vem a receber um diagnóstico não maligno, a sensação de alívio pela morte é grandiosa, porém com a confirmação do câncer de mama, a paciente passa por várias fases de conflito interno que oscilam em fases de negação da doença, no qual a mesma choca-se com a notícia, talvez a possível perda do seio e até a fase de aceitação, onde há aceitação do diagnóstico de câncer de mama e a procura pelo tratamento

Segundo Kluber Ross (2005), em sua vivência estudou a dor psíquica em pacientes, terminais, portadores de doenças crônicas, onde os mesmos descreviam suas fantasias e medos sobre a doença e morte, categorizando a dor psíquica em cinco estágios:
Primeiro estágio: negação e isolamento - A negação funciona como um pára choque depois de notícias inesperadas ou chocantes, fazendo com que o individuo se recupere com o tempo. Neste período, a reação do paciente pode ser sintetizada numa exclamação “Não, eu não! Não pode ser verdade! A negação neste estágio é uma forma de defesa, usadas por quase todas as mulheres com câncer de mama. É uma necessidade logo após o conhecimento da doença, sendo substituída mais tarde pelo isolamento.
Segundo estágio: raiva - Neste estágio descreve-se a revolta, no qual é difícil de lidar com a raiva, devido a mesma se propagar em todas as direções, projetando-se no ambiente, muitas vezes sem razão plausível.


Minha Monografia apresentada ao curso de especialização em Psicologia e Saúde: Hospitalar pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

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