terça-feira, 15 de março de 2011

Psicologia e mulheres diagnosticadas com Câncer de Mama








A família surge por sua vez como unidade de cuidado, uma fonte de ajuda, podendo construir para o equilíbrio físico e emocional. Cada família tem sua forma de interpretar a situação, movimentando-se para uma situação a partir de uma percepção em que cultura, regras e normas, influenciam seus comportamentos e processo de comunicação entre as mulheres com câncer de mama e seus familiares.

A família é um sistema de interação e forma uma totalidade integrada a qual não pode ser reduzida a mera soma de seus elementos, a natureza de seu todo é diferente. O padrão de interação formado entre seus elementos é que permite compreender a sua forma de funcionamento. Além disso, não se pode ignorar a multiplicidade de causas que determinam em um dado momento, a situação da família, pode-se fixar a atenção nesta, porém ela estará sempre em relação com um contexto maior, que é o sistema social no qual está inserida ( ASSIS, 1993, p.26).

Franco (2008) descreve que a família pode ser entendida como um sistema no qual a soma das partes é mais que um todo. Desta forma, segundo a autora, tudo que afeta o sistema como um todo, afetará cada indivíduo, e tudo que afeta o indivíduo afetará a família como um todo.
As cinco dimensões mais freqüentes na definição e descrição de família, segundo Franco (2008) são:
1- Padrões de comunicação;
2- Fronteiras entre os membros individuais da família e também entre a família como um todo e o restante do mundo;
3- Flexibilidade de papéis dentro da família;
4- Alianças nos subsistemas da família;
5- Regras familiares.

Ainda segundo Franco (2008), uma crise familiar se forma diante das responsabilidades e mudanças. Os membros da família vivenciam o estresse desde do momento do diagnóstico, caracterizando uma crise familiar, descrita como crônica pelas necessidades de adaptação diante das condições anormais advindas da doença, juntamente com a necessidade de manter padrões rotineiros. As novas responsabilidades e mudanças na família de um paciente com câncer são constituídas por incertezas e ansiedade, que afetarão o paciente como toda a família, onde a mesma começa a experimentar o luto antecipatório.

Quando nascemos nossa dependência em relação aos outros é total, diminuindo somente com o tempo, sem jamais terminar. Nossa dependência em relação aos outros é constante e continua porque só conseguimos nos realizar enquanto pessoas através do outro. O isolamento impede a realização pessoal, tanto afetiva quanto profissional. Há momentos em que a sociedade e família se confundem, a família propicia um grau de afeto e amor que a sociedade não oferece. Mas do que isso, muitas vezes a família constitui o lugar seguro para o indivíduo contra a ameaça as ameaças trazidas pela sociedade (FERREIRA, 2003, p.279.)

As relações familiares se estabelecem através de padrões, regras que surgem onde os padrões de interação se formam acerca do comportamento de cada membro.
Ramos & Lustosa (2009) mencionam que os sentimentos no relacionamento entre os membros da família após a descoberta da doença, muitas vezes são vivenciadas de forma positiva, ocorrendo aumento de atenção e de cuidado por parte dos outros, no entanto, muitas vezes as respostas das próprias mulheres frente à doença são negativas chegando a um isolamento, vergonha e depressão.

Richter (1996) afirma que a família é o palco onde dramaticamente entram em cena as forças emocionais de depressão, medo, teimosia defensiva e protesto, acompanhando o encontro e o choque de gerações.
O equilíbrio emocional é buscado através de novas adaptações realizadas, tanto pela família quando as mulheres com câncer de mama.
O enfrentamento de mulheres com a neoplasia de câncer de mama, pode trazer no entanto, preocupações com a sobrevivência e mutilação nas mamas e quando isso ocorre, muitas vezes trás complicações também ao seu cônjuge, onde a busca do enfrentamento dependerá de cada paciente, do seu histórico pessoal e estrutura psíquica adquirida ao longo da vida( LIBERATO, 2008).

Peçanha (2008) descreve que a palavra enfrentamento é utilizada muitas vezes quando se fala em câncer. Para tanto, o estudo do enfrentamento ou coping tem uma definição entre as pesquisas e intervenções usadas por Lazarus, no qual vem a se referir a um conjunto de estratégias usadas para lidar com uma ameaça iminente.
Segundo Peçanha (2008) afirma ao explicar que coping nem sempre quer dizer enfrentamento, onde a mesma possui uma conotação positiva, no sentindo de luta que não corresponde às estratégias de evasão, que também são utilizadas para responder ao estresse.
Segundo Franco (2008) no enfrentamento da doença pela família, vindo a existir fatores facilitadores e fatores complicadores. Entre os facilitadores estão:
1- Estrutura familiar flexível que permite reajuste de papéis;
2- Boa comunicação com a equipe profissional e os membros da família;

3- Conhecimentos dos sintomas, ciclo da doença;
4- Participação nas diferentes fases para obter senso de controle;
5- Sistemas de apoio informal e formal disponíveis.



Agradecimentos a amiga querida Bruna ( http://brunapsicologa.blogspot.com) ótima amiga, ótima profissional,que postou em seu blog parte desta minha monografia.
Bruna é assim como eu, eterna apaixonada por nossa tão amada profissão, ser Psicólogo!

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