quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A asma e a ansiedade



A relação psicossomática entre asma e ansiedade, deve-se a constatação de que os estados de mobilização emocional ou de estresse possam acentuar os sintomas da asma, os quais por sua vez,geram mais ansiedade completando assim uma espécie de círculo.

A Asma não é um transtorno primário da ansiedade, mais sim desencadeada e agravada por ela. A ansiedade tem sido apontada por vários autores como tendo importante ocorrência entre asmáticos.

As doenças psicossomáticas nascem no silêncio de nossas rotinas, nas frustrações, angústias, ansiedade e tristeza que podem nos acompanhar em todos os dias de nossas vidas.

Há ainda alguns estudos mostrando o bi-comprometimento de agravo entre a Síndrome do Pânico, piorando crises de asma, e a asma piorando crises de Pânico. De qualquer forma, sempre ressaltando a importância do componente ansioso .

Além da ansiedade, a Depressão infantil poderia ter uma correlação somática, através da asma, por exemplo, e um componente comportamental através da asma, por exemplo, e um componente comportamental através da rebeldia, agressividade e hiperatividade.

Abaixo um estudo de caso sobre o tema.

Estudo de Caso

Crianças com problemas respiratórios expressam graficamente suas angústias, confirmando o forte componente emocional desses males.


Considerar a asma apenas uma síndrome respiratória crônica, caracterizada pela inflamação dos brônquios e por acessos de respiração difícil e sibilante, pode ser um grande engano. Há, nesse quadro, concordam psicólogos das mais diversas formações, um forte componente psicossomático, vinculado à afetividade.

Autora da pesquisa A Criança Asmática e o Desenho da Figura Humana, a psicóloga Sônia Moraes Jaehn, professora aposentada do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UNESP, câmpus de Botucatu, estabeleceu elos entre os portadores de asma e a imaturidade.

O trabalho foi realizado com 16 crianças de 7 a 12 anos, portadoras de asma brônquica e atendidas regularmente no Ambulatório Especializado do Departamento de Pediatria da FM.

Sônia fundou suas pesquisas no chamado "Teste do Desenho da Figura Humana", criado em 1925 pela norte-americana Florence Goodenough e aperfeiçoado, 24 anos depois, pela sua compatriota Karen Machover. "O teste parte da premissa de que, ao desenhar uma pessoa, o indivíduo se projeta no desenho", diz Sônia, que continua vinculada ao curso de pós-graduação da FM.

"Nos desenhos, as áreas retratadas de maneira desproporcional, indicando alguma espécie de conflito, foram justamente o pescoço e o tronco, com uma freqüência, respectivamente, de 56% e 31% das crianças."

Outro dado importante observado foram os traços de imaturidade gráfica. "Essa característica está presente em 44% dos casos, e não varia de acordo com a idade das crianças. É um traço comum nos portadores de asma", afirma a psicóloga. "São, geralmente, meninos e meninas com características de dependência e inferioridade, que se revelam em atitudes repletas de insegurança e falta de auto-estima."

Nessa linha de raciocínio, à luz da psicologia, uma crise de asma pode ser interpretada como um pedido por socorro e carinho. Se os pais adotam uma atitude dominadora e superprotetora em relação aos filhos asmáticos, eles tendem a ser apáticos e inseguros.

"Perante uma doença crônica, como a asma, a família pode cercar a criança de cuidados excessivos, fazendo com que ela se sinta uma vítima", explica Sônia. Esse processo é perigoso, pois a criança deixa de receber uma educação comum e é impedida de conviver socialmente com outras pessoas da sua idade.

"A mãe começa a dominar a vida do filho, com excesso de cuidados, e costuma não admitir que ele tenha opinião própria", conta Sônia. "É curioso observar que, nos momentos em que esse conflito se torna mais tenso, as crises de asma costumam ocorrer com maior freqüência e intensidade."

A crise de asma, em suas manifestações mais graves, exige a administração de oxigênio, antialérgicos, broncodilatadores (com a chamada "bombinha") e sedativos leves. "O controle medicamentoso, em geral, resolve as crises", informa a psicóloga.

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