terça-feira, 12 de abril de 2011

Psicoterapia Breve ....


Conceito de Foco

Sophia N. Rosemberg
Ricardo W. Sebastiani
Heloisa B. C. Chiattone


Foco é o material consciente e inconsciente do paciente, delimitado como a área a ser trabalhada no processo terapêutico por meio de avaliação e planejamento prévios. É um conjunto formado por uma série de elementos pessoais, transferênciais conscientes e inconscientes que mobilizam determinada dinâmica do paciente. O trabalho do psicoterapêuta orienta-se sempre no sentido de delimitar um eixo ou ponto nodal da problemática do paciente. Malan (1963) define o foco como ponto de convergência das atenções do terapeuta ou o tema central de interpretações a respeito de uma determinada área de vida do paciente. O mesmo descreve a técnica da terapia focal como um método pelo qual o terapeuta tem um objetivo ou foco que deve ser formulado idealmente com o eixo da terapia e deve ser perseguido quase que obsessivamente, guiando-se o paciente até o mesmo através de interpretações parciais, atenção e descuido seletivo e negando-se terminantemente a desviar o propósito terapêutico deste caminho. Acrescenta que para o sucesso da técnica focal é obvio que também depende por completo de uma boa interação entre paciente e terapeuta, que se deve descrever assim:
a) O paciente oferece material que;
b) possibilita ao terapeuta a formulação de um foco que;
c) o terapeuta oferece ao paciente que;
d) o paciente, por sua vez aceita trabalhar com ele.

Sifneos, define o foco como sendo as áreas circunscritas do conflito, que envolve a formulação de uma estrutura básica em termos psicodinâmicos.

Focalização é um ajuste de diafragma na ótica do terapeuta que induz a concentração seletiva do paciente em certos pontos de sua problemática;
Trabalhando desse modo associações intencionalmente guiadas. A focalização guiada pela dominância de uma motivação que hierarquiza tarefas, com vistas a resolver certos problemas vividos como prioritários. Em situação de crise, o motivo da consulta condensa sintomas, cerca a trama central de conflitos ligados ao sintoma, obstáculos criados para a resolução da situação. Na prática, o foco tem um eixo que é dado pelo motivo da consulta, e intimamente ligado a ele, localizar-se certo conflito central exacerbado. Para trabalhar com focalização, o terapeuta deve usar 3 recursos:

1) Interpretação seletiva - interpretar o material do paciente em relação ao conflito focal.
2) Atenção seletiva ( atenção flutuante) – a busca de todas possíveis relações do material que o paciente traz, com a problemática focal.
3) Negligência seletiva – o terapeuta evita qualquer material que, mesmo interessante, possa desviá-lo da meta a ser atingida.

O foco será o alvo que o terapeuta busca atingir ao centrar sua atenção e sua ação em uma determinada área, procurando transformá-lo numa figura pregnante que se sobressai em relação a um fundo menos demarcado.

Os passos para a delimitação do foco são:

1) Entendimento psicodinâmica da situação atual;
2) Atender o ponto de emergência, que pode ou não coincidir com a queixa manifesta;
3) Delimitar a área de conflito a ser trabalhada com a finalidade de suprimir os sintomas.

Segundo French conflito focal é o conflito mais superficial e atual. E o conflito nuclear é o conflito mais profundo, com origem na infância. O trabalho da técnica focal é concentrar-se na resolução do conflito focal, porém os melhores resultados são obtidos quando o terapeuta, ao planejar o processo, inclui aspectos básicos do conflito nuclear ou primário em compreensão psicodinâmica do conflito. O terapeuta irá encarar o foco de trabalho terapêutico com o paciente por meio da hipótese diagnóstica (no caso de pacientes hospitalizados é sempre importante considerar que trabalha-se predominantemente com diagnósticos circunstanciais); isto é a compreensão global da psicopatologia e da psicodinâmica do paciente.

Psicoterapias Breves:
Estratégias delineadas pelas Intervenções Breves (IB) (Ancona-Lopez,1997), expressão que designa diferentes modalidades de atendimento breve, incluindo as psicoterapias (Yoshida,1990)

A psicoterapia breve e/ou de emergência, fundamentada na teoria de crise, é coerente com as necessidades emergentes de pacientes e familiares.

Conceito:
- O conceito de Psicoterapia Breve enraíza suas origens na teoria psicanalítica.
- Estas surgiram essencialmente como uma resposta ao problema assistencial colocado pela massa dada vez maior de população consultante.

- A partir das décadas de 60 e 70 várias outras modalidades de Psicoterapias Breves, com enfoques não psicanalíticos, mas mantendo os critérios básicos de: - - foco – diretividade – tempo limitado – eliminação dos sintomas mais exuberantes e desestruturantes, foram desenvolvidas.

Embora existam vários modelos de psicoterapia breve, todos eles apresentam em comum o objetivo de remover e aliviar sintomas específicos, de forma adequada e oportuna.

- Psicoterapia com metas limitadas e as características técnicas próprias e essenciais desses procedimentos.
- Psicoterapia de tempo limitado: fixação de um limite de tempo para o tratamento, com uma data de finalização pré-estabelecida.
- Psicoterapia de objetivos limitados.
- Psicoterapia Breve de orientação psicanalítica: terapia originada nas teorias da psicanálise.
- Terapias Planejadas ou Focais: sua peculiaridade é o foco da terapia.
- Psicoterapia não-regressiva.
- Psicoterapia de emergência: terapia de urgência em situações especiais de crise e emergência.


ABORDAGEM COGNITIVO-CONDUCTUAL EM PB:
Objetivos Principais:

a) Redução da Ansiedade;
b) Incremento à cooperação do paciente em relação ao tratamento;
c) Melhoria da aplicação dos Recursos de Enfrentamento e Adaptação do paciente frente à situação de doença-internação-tratamento;
d) Redução da utilização de analgésicos e ansiolíticos;
e) Aceleração da recuperação com conseqüente diminuição do período de internação hospitalar;
f) Redução do tempo e da quantidade de recursos de apoio solicitados pelo paciente. (Rodríguez-Ortega 2000)


Continuação amanhã

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