quarta-feira, 13 de abril de 2011

Psicoterapia Breve....


Estratégias (ex):

1. Habilidades para comunicação:

• Saber escutar
• “Refletir” e parafrasear
• Realizar Perguntas
• Dar informações
• Responder ao processo

2. Jogo de papeis:

(Grupos de pacientes, familiares ou entre equipe e estes)

3. Relaxamento:

(Relaxamento progressivo, Treinamento Autógeno, Fantasia Dirigida, etc)

4. Ensaio Cognitivo:

• Informação prévia (procedimento)
• Levantamento de sensações (físicas e psicológicas)
• Aplicação de auto-relaxamento (previamente ensinado) ou uso de fitas K-7
• Visualização da situação a ser enfrentada

Os modelos de intervenção breve têm sido o tratamento de escolha nas situações de crise impostas pela doença e hospitalização. (Freeman e Dattilio, 1995)
As Psicoterapias Breves no Hospital são definidas pela especificidade de limitação a uma ou algumas sessões de tratamento e pela utilização de técnicas características para a consecução de um fim terapêutico específico.
Do princípio ao fim da relação terapêutica, são requeridos um elevado grau de conceitualização e uma escolha cuidadosa de intervenções ou de não-intervenções, constituindo-se em atividade que é dirigida a um fim. (Chiattone 2002)

Avaliação da eficácia do enfrentamento


A utilização eficaz de estratégias de enfrentamento na situação de doença é essencial para garantir o equilíbrio e o bem estar físico, emocional e social de pacientes e familiares.

Em seu dia a dia de trabalho, o psicólogo hospitalar, em tarefa de avaliação e orientação aos pacientes e familiares, fundamentará suas atividades na verificação de recursos internos e externos disponíveis nos pacientes e familiares para o enfrentamento da doença, bem como em consistente reforço de comportamentos positivos e eficazes.

O protocolo psicológico de avaliação psicológica e exame psíquico proposto por Sebastiani e Fongaro (1996), comumente utilizado no Hospital Geral, fundamenta-se no levantamento e avaliação desses recursos, definindo pistas para a atuação do psicólogo. Com ele, o psicólogo tem um excelente instrumento para avaliação da história da pessoa e portanto dos recursos intrapsíquicos inerentes ao paciente que, conjuntamente à história pregressa da moléstia atual, às seqüelas emocionais do paciente, ao temperamento emocional observado, à postura frente à doença e à vida, ao estado psicológico atual e às manifestações psíquicas e comportamentais e as vivências na situação de doença, internação e tratamento, podem instrumentalizar o profissional para avaliar e estimular recursos de enfrentamento do paciente, adequados para a situação de doença.

Assim, as principais funções do Roteiro de Avaliação Psicológica proposto por Sebastiani e Fongaro (1996), podem definir pistas eficazes para instrumentalizar o psicólogo a ajudar o paciente a enfrentar, de forma mais adequada a situação de doença:

> função diagnóstica:

Ao possibilitar o levantamento da Hipótese Diagnóstica e Definição do Diagnóstico Diferencial, o Roteiro de Avaliação Psicológica Aplicado ao Hospital, auxilia o psicólogo na melhor definição das causas e a dinâmica das alterações e distúrbios da estrutura psicológica do paciente avaliado, facilitando a detecção de quadros reativos ou patológicos, exibindo a falência na utilização de recursos de enfrentamento positivos e a possibilidade de pistas consistentes para a ação terapêutica.

> função de orientador de foco:
Ao favorecer a eleição de focos a serem trabalhados, o Roteiro indica ao psicólogo os caminhos possíveis e condizentes para a fortalecimento dos recursos de enfrentamento do paciente.

> fornecimento de dados sobre a estrutura psicodinâmica da personalidade do paciente:
Ao fornecer dados sobre a estrutura psicodinâmica da personalidade do paciente, considerando, essencialmente as perspectivas prognosticas da relação do paciente com seu processo de adoecer e de tratamento, o Roteiro propicia uma eficaz avaliação dos recursos internos, intrapsíquicos do paciente que definirão a escolha de estratégias para o enfrentamento da situação.

> possibilidade de avaliação continuada do processo evolutivo da relação do paciente com sua doença e tratamento:

Considerando que o enfrentamento deve ser considerado sempre como um processo, que muda de acordo com a função das circunstâncias e da avaliação contínua do paciente a respeito do significado de sua sobrevivência, de seu futuro, de seus relacionamentos interpessoais, de sua auto-estima e do empreendimento de suas metas, o Roteiro configura-se como um excelente instrumento de avaliação continuada do processo evolutivo da relação do paciente com sua doença, principalmente levando-se em conta que ao longo da vivência da doença, internações hospitalares, condutas terapêuticas e tratamentos, o paciente passa por momentos ameaçadores distintos que influenciam e alteram seu estado emocional e, por conseqüência, influenciam na escolha e

utilização de estratégias de enfrentamento.>

estabelecimento das condições de relação da pessoa com seu prognóstico (limites e possibilidades):
Ao avaliar e estabelecer as condições da relação do paciente com seu diagnóstico e prognóstico, o Roteiro aponta, nada mais do que as condições de enfrentamento deste na situação de doença e exibe, no mesmo sentido, pistas para a atuação do psicólogo, no fortalecimento de estratégias coerentes e adequadas.

> função terapêutica:
Ao possibilitar ao paciente a verbalização, manifestação, reflexão e confrontamento com diversas questões que lhe são pertinentes ao processo de vida, doença, internação e tratamento, o Roteiro de Avaliação Psicológica Aplicado ao Hospital Geral, favorece e estimula o paciente na busca e utilização de estratégias mais adequadas para o enfrentamento de situação de doença, delineando melhor adaptação à condição de Ser e Estar Doente.

A seu lado, Taylor (1986) sugere que a eficácia do enfrentamento utilizado pelo paciente pode ser avaliada a partir de três parâmetros:

 medidas de funcionamento fisiológico e biológico
Referentes a batimento cardíaco, pulsação e condutividade da pele, níveis baixos de catecolaminas e corticosteróides no sangue e urina.

 retorno às atividades de rotina
O sucesso dos recursos de enfrentamento utilizados pelo paciente estão intimamente ligados à capacidade e rapidez do paciente em retomar suas atividades normais, de rotina, que desempenhava anteriormente à situação ameaçadora (doença, tratamento, cirurgia, internação hospitalar).

Segundo Gimenes (1997), o retorno a alguns ou a todos os tipos de atividades é considerado um parâmetro de avaliação de sucesso de enfrentamento.

redução dos níveis de estresse psicológicoAs estratégias de enfrentamento utilizadas pelo paciente são consideradas eficazes quando níveis de ansiedade ou depressão reduzem, conseguindo o paciente, retomar seu equilíbrio psicológico. A avaliação do estado psicológico atual do paciente, nesse sentido, torna-se instrumento fundamental ao psicólogo para avaliar a eficácia de seus recursos de enfrentamento.

Atualmente, o questionário de Modos de Enfrentamento (Folkman e Lazarus, 1988), tem sido, segundo Gimenes (1997), o instrumento mais utilizado para identificar as estratégias de enfrentamento, segundo a concepção de processo. Tanto em sua versão de questionário para ser auto-administrado, quanto na sua versão de entrevista, esse instrumento também tem servido de modelo a pesquisadores, tornando possível avaliar o enfrentamento como processo contextualizado e específico.

Outros instrumentos também podem ser destacados: Weisman e Worden (1977) propõem uma escala para avaliar o enfrentamento de pacientes com câncer terminal; Hackett e Cassem (1974) publicaram escala de avaliação da negação em pacientes, pós cirurgia coronariana e Sullivan, em 1979, publicou escala que avalia a adaptação ao diabetes, apresentando uma lista de estratégias de enfrentamento diante de situações específicas vivenciadas por pacientes diabéticos.

Rowland (1990), ao revisar estudos realizados para identificar as estratégias de enfrentamento utilizadas por pacientes com câncer, em suas diferentes fases, aponta alguns pontos significativos:

• estratégias e estilos que favorecem respostas ativas para a resolução de problemas são mais efetivos

• o enfrentamento da doença deve ser sempre avaliado e considerado como um processo dinâmico que se mostra interligado às circunstâncias vivenciadas pelo paciente na doença, ao significado da sobrevivência e do futuro, aos relacionamentos interpessoais, aos recursos internos inerentes a cada paciente;

• pacientes mais flexíveis são melhores enfrentadores, possuindo melhores habilidades para o enfrentamento da doença pois conseguem responder prontamente às mudanças na situação que demandam a utilização de novas estratégias;

• os recursos externos, definidos pela natureza e qualidade do suporte social disponível ao paciente, têm fundamental importância na capacidade de enfrentar a doença.

Meyerowitz (1981) ressalta que as reações da equipe médica, dos familiares e amigos, influenciarão o bem estar psicológico do paciente.

Endler e Parker (1990) citam, nesse sentido, que o apoio social é um excelente recurso para o favorecimento de estratégias de enfrentamento, onde o paciente pode utilizar-se de outras pessoas (familiares e amigos) como fonte de informação, orientação ou apoio, quando estiver utilizando o enfrentamento focalizado na resolução do problema ou como fonte de regulação emocional.

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