quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

continuação.. Mulheres com câncer de mama e transtornos mentais..




No estudo de Derogatis (op cit.) realizado com 215 pacientes internados e ambulatoriais de 3 centros oncológicos, 47% desta população apresentaram quadros psicopatológicos, dentre os quais, 85% têm quadro de ansiedade e/ou depressão, sendo 68% ansiedade ou depressão reativa (quadros de ajustamento), 13% depressão maior, 8% quadro cérebro-orgânico, 7% transtorno de personalidade e 4 % transtorno de ansiedade pré-existente.

A alta prevalência de transtornos psiquiátricos em pacientes com câncer é esperada, visto que esses pacientes convivem com a dor, o desfiguramento, a perda da função sexual, a dependência, o isolamento, a separação e a morte, além dos efeitos colaterais da quimio e radioterapia. ALMEIDA( 2011)

Fráguas Jr. e Alves (2002) citados por Almeida (2011) afirmam que a depressão associada a doenças clínicas é, em geral, subdiagnosticada principalmente pela dificuldade em se identificar os sintomas depressivos, visto que alguns destes sintomas, como insônia, diminuição da concentração, inapetência, emagrecimento e fraqueza são encontrados em outras doenças não psiquiátricas e, portanto, podem ser atribuídos exclusivamente a estas. Contudo, segundo Massie e Holland (citados em Citero et al., 2001), entre os sintomas somáticos da depressão que se misturam com os sintomas da própria doença oncológica, o único que pode expressar o quadro da depressão é a insônia, por ser o único que não se justifica pelo câncer.

Estes autores ainda (2002) chamam atenção para a necessidade de um diagnóstico precoce e tratamento, uma vez que a depressão acarreta, além do comprometimento da qualidade de vida, aumento da morbidade e mortalidade decorrentes da condição médica, aumento do tempo de internação, aumento do risco de taquicardia ventricular, diminuição da adesão ao tratamento e à reabilitação.

Outro fator psicológico muito comum entre os pacientes com câncer é o transtorno de ajustamento, atingindo 25% a 30% dos pacientes. (Venâncio, 2004).

Almeida (2011) enfatiza a relação à ansiedade, seu grau é extremamente variável em pacientes com câncer, podendo aumentar segundo a evolução da doença ou conforme a agressividade do tratamento oncológico. Os pacientes podem começar a experimentar ansiedade moderada ou severa enquanto esperam os resultados dos exames diagnósticos, ou enquanto recebem o tratamento, podendo aumentar a possibilidade de sofrer mais dor, bem como uma série de outros sintomas, desde angústia até as náuseas e vômitos agravados pelas emoções. Além de reduzir gravemente a qualidade de vida, a ansiedade pode favorecer a morte prematura do paciente. (Ballone, 2005a; op cit., 2005b).

Almeida (2011) postula que pacientes já possuidores de transtorno específico de ansiedade antes de adoecerem têm mais probabilidade de recorrência do quadro. Outros fatores que podem aumentar a probabilidade do transtorno são: concomitância de quadros dolorosos intensos, concomitância de limitações funcionais ou de carência de apoio social e consiência do avanço da doença
As alterações psicológicas por que passam as mulheres podem, ainda, ser demonstradas pelos conflitos relacionados aos mecanismos de defesa.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


Almeida, Raquel Ayres http://psicoterapiaepsicologia.webnode.com.br/products/raquel-ayres-de-almeida1/. Acesso em 04/12/2011.
Ballone, G.J. (2005a). Ansiedade no paciente com câncer. Acesso em 01/12/11. Disponível em http://www.psiqweb.med.br/
Ballone, G.J. (2005b). Câncer e Emoção. Acesso em 01/12/11. Disponível em http://www.psiqweb.med.br/
Ballone, G.J. (2005c). Depressão e Câncer. Acesso em 01/12/11. Disponível em http://www.psiqweb.med.br/
Cantinelli, F.S.; Camacho, R.S.; Smaletz, O.; Gonsales, B.K.; Graguittoni, E. & Rennó, J., Jr. (2006). A oncopsiquiatria no câncer de mama: considerações a respeito de questão do feminino [Versão eletrônica]. Revista de Psiquiatria Clínica. Disponível em http://www.hcnet.usp.br/ipg/revista/
Cítero, V.A. (1999). Descrição e avaliação da implantação do serviço de interconsulta psiquiátrica no Centro de Tratamento e Pesquisa Hospital do Câncer A.C. Camargo. Tese de Mestrado, Departamento de Psiquiatria da UNIFESP. Acesso em 18/03/07. Disponível em http://www.unifesp.br/dpsiq/posgrad/teses.htm/
Citero, V.A.; Andreoli, S.B.; Martins, L.A.N. & Lourenço, M.T. (2001). Interconsulta psiquiátrica e oncologia: interface em revisão. Disponível em http://www.unifesp.br/dpsiq/polbr/ppm/especial01.htm
Fráguas Jr., R. & Alves, T.C.T.F. (2002). Depressão no hospital geral: estudo de 136 casos [Versão eletrônica]. Revista da Associação Médica Brasileira. 48 (3). Disponível em http://www.scielo.br/

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