domingo, 7 de agosto de 2011

PSICOLOGIA/ EQUIPE DE SAÚDE ... AÇÃO EM PSICOLOGIA HOSPITALAR




Síntese de um artigo da psicóloga Daise Pereira.. muito bom...


Em nossa cultura atual se evidencia a valorização da saúde em prol de uma beleza estética, criou-se o mito do corpo perfeito, da competitividade, do poder, importando-se muito pouco com o ser. Logo, a boa saúde é assim relacionada pela boa estética, e não pela qualidade de vida. Em decorrência disso, percebe-se que a sociedade ocidental não possui um preparo adequado para adoecer, onde ao vivenciar uma situação de emergência, o indivíduo inserido neste contexto, defronta-se com suas fraquezas, inseguranças e limitações. O amanhã se torna incerto, pois se vê diante da possibilidade da morte. O que se configura é a dor emocional pela perda da saúde.
E o adoecer, diante de tais condições, acarreta num rompimento das defesas pessoais, sendo visto como uma ameaça ao equilíbrio psicológico para o indivíduo doente. É relevante enfatizar que essa ameaça se intensifica no adoecer que leva à hospitalização, provocando um choque emocional no paciente, que se defronta com várias alterações no seu modo de vida, entre elas, o abandono das atividades cotidianas, com o afastamento das suas relações sociais,a permanência no leito, a falta de informação diante de sua enfermidade, as falhas na comunicação entre equipe de saúde e o paciente, a dependência dos cuidados e proteção dos familiares e dos profissionais da saúde, evidenciando-se a despersonalização do ser doente.
Foucalt (1979), o hospital aparece como instrumento terapêutico, através do reconhecimento deste como um local que se destina a cura, com visitas de médicos para observação sistemática dos hospitais. Nessa época verifica que a aproximação do médico em relação ao paciente se pautava na observação e previsão da evolução da sua doença, visto que sua formação acadêmica era certificada pela compreensão de textos em seus aspectos biológicos e emissão de receitas de medicamentos.
Surge então um novo olhar sobre o hospital, até se chegar ao modelo de hospital atual, onde conforme Trevizan (1988), a meta principal são os cuidados médicos, cujas providências são orientadas por normas científico-tecnológicas e por requisitos de racionalidade e economia organizacional, provenientes de um modelo biomédico.
segunda metade do século XX, uma preocupação com esta
situação e a medicina promove mudanças em sua compreensão para a dialética saúde/doença.
O refinamento do conceito de saúde começa a surgir através dos princípios que norteiam a Organização Mundial da Saúde, para quem a saúde é compreendida como o total bem-estar biopsicossocial do homem e não somente a ausência da doença. A percepção da necessidade deste exercício dentro do contexto hospitalar acontece mediante a reflexão de que a doença envolve significados mais abrangentes que a própria dor física, como a angústia e a ansiedade que envolve os pacientes perante a adaptação e as preocupações diante do processo de hospitalização. Sabe-se também que apesar do objetivo de uma instituição hospitalar ser o de promover saúde e resgatar a vida, para os pacientes, na prática, o hospital representa muitas vezes, dor, inutilidade, sofrimento e morte.
Diante dessa situação, os profissionais de saúde se dedicam a entender o paciente e sua doença, surgindo assim, a medicina psicossomática. De acordo com Chiattone (2002), essa ciência é formada de início por psicanalistas voltados ao estudo do fenômeno adoecer somático, a partir da interação entre as dimensões mental e corporal, avaliando os aspectos objetivos e subjetivos da pessoa através da percepção das influências psíquicas nas doenças.
Conforme Riechelmann (2000, p. 182) psicossomática é:
Ao mesmo tempo, filosofia – porque define um conceito de ser humano e ciência, que tem como objeto os mecanismos de interação entre as dimensões mental e corporal da pessoa. Esta é uma definição clássica. [...] estuda como o fato corporal está integrado no fato psíquico, que, por sua vez, está integrado no fato relacional ambiental. Esta integração biopsicossocial é o objeto da ciência psicossomática.
A inserção do psicólogo no contexto hospitalar favoreceu ao paciente e seus familiares desfrutarem da existência de um canal aberto para suas ansiedades, medos, fantasias e sofrimentos provenientes da doença e também da hospitalização. Propiciou também aohospital como um todo, onde se inclui as equipes de saúde, um aliado no tratamento, na
prestação de um serviço organizado e preparado que pode oferecer informações profissionais e estabelecimento de condutas uniformes.
Considerando a importância da relação equipe de saúde-paciente, bem como a relevância do psicólogo hospitalar intermediando esta relação e de acordo com os apontamentos supracitados procura-se, através de publicações científicas.


A formação da equipe de saúde que atua nos hospitais está pautada, em sua maioria, num conhecimento tecnicista, que prioriza a doença e sua cura, oriunda de uma prática biomédica fortemente estruturada, menosprezando o ser doente em relação às suas inseguranças, medos e angústias. Devido também a essa visão, o profissional de saúde apresenta, muitas vezes, emoções específicas, como a onipotência, onde ao valorizar a cura da doença, deixa de considerar o doente em sua subjetividade, ou seja, vive
a fantasia de poder vencer a morte ao acabar com a enfermidade. Vinculados a essa emoção estão também sentimentos de incapacidade e limitação em seus recursos internos ou externos,qual seja a impotência, devido à impossibilidade de cura.
a importância do psicólogo no contexto hospitalar consiste na humanização das relações e diante desta percepção, tenta-se identificar como a psicologia pode estar possibilitando a facilitação da relação da equipe de saúde-paciente.
Portanto, o interesse dessa pesquisa em verificar através de artigos científicos da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar, propostas de intervenção da psicologia para a facilitação dessa relação, bem como sua possível atuação, justifica-se pela relevância social e científica, onde esta pesquisa poderá através dessa verificação ou não, auxiliar a importânciade se refletir sobre tal temática, para que a partir dessa reflexão, seja possível planejar ações que promovam a humanização das relações hospitalares. Entende-se a humanização das relações, especialmente entre equipe de saúde e pacientes como um ganho para a sociedade, que poderá contar com um atendimento que visa o restabelecimento do paciente enquanto ser biopsicossocial e não somente na supressão de sua doença

..... termino amanhça sem falta...

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