quinta-feira, 14 de abril de 2011
psicoterapia infantil
A prática da psicologia que trabalha com o objetivo de favorecer o bem estar e a qualidade de vida da criança e de sua família, é a Psicoterapia Infantil.
Essa prática também é útil na prevenção de problemas familiares e infantis e na redução de dificuldades já instaladas na família e na criança. Geralmente, os pais ou os professores encaminham a criança para um acompanhamento psicoterápico quando observam algum comportamento não usual que os preocupam. Alguns exemplos desses comportamentos são os comportamentos de bater, morder, chutar ou empurrar pessoas, destruir objetos, roubar e mentir em excesso. Os pais também se preocupam quando o filho é muito quieto, tem dificuldade pra fazer amigos, é muito tímido ou parece triste. Crianças que adoecem muito, crianças que não obedecem os pais, aquelas que tem dificuldades de aprendizagem ou de atenção, também podem ser ajudadas pela psicoterapia infantil. A terapia promove o exercício da observação do comportamento, para que os pais possam identificar se os comportamentos dos seus filhos são adaptativos ou não. Ao longo do processo psicoterápico, os pais aprendem a identificar as dificuldades de seus filhos e também suas potencialidades. O terapeuta conduz os pais na discussão das expectativas que têm a respeito dos comportamentos e dos sentimentos de seus filhos. Alguns acontecimentos como a morte ou o adoecimento de algum membro da família, a separação dos pais, o casamento de um dos pais, o nascimento de um irmão, a mudança de cidade ou de escola, ter sofrido ou presenciado algum tipo de violência, influenciam a saúde psicológica da criança, que muitas vezes precisa de ajuda para identificar e compreender seus sentimentos e pensamentos sobre esses episódios marcantes de sua vida. A terapia infantil, portanto, é um momento no qual a criança é acolhida e ouvida, podendo expressar seu universo privado e aprender maneiras adaptativas de comunicar sentimentos como raiva, saudade, tristeza, frustração, medo, ansiedade e amor. A participação dos pais é fundamental no processo terapêutico. O propósito da terapia é, muitas vezes, fornecer conhecimento e repertório comportamental aos pais, para que eles possam participar ativamente da melhora de suas interações com seus filhos. As relações entre pais e filhos podem ser marcadas por desobediência, birras, desentendimentos, discussões, brigas e punições, que acabam fazendo sofrer tanto os pais quanto os filhos. Essas condições familiares aversivas geram sentimentos de culpa, arrependimento e insegurança quanto à educação dos filhos. Interromper esse estilo coercitivo e punitivo das interações adulto-criança é o primeiro passo de mudança. Desse modo, os pais encontram na terapia orientações sobre maneiras alternativas de lidar com as dificuldades familiares. Durante o atendimento à criança, o terapeuta infantil usa estratégias lúdicas como histórias, desenhos, colagens, pinturas, jogos, de acordo com a idade da criança, para criar um ambiente no qual ela se sinta à vontade. Por meio dessas atividades, o terapeuta tem oportunidade de conhecer melhor a criança, seus pensamentos, sentimentos e comportamentos.
Beatriz Guedes de Castro
Psicóloga Clínica e Hospitalar
CRP: 06/93057
TERAPIA INFANTIL por Luciano Da Rocha Fogaça - Psicólogo (Tubarão- Santa Catarina)
A família é o primeiro elo de contato da criança com o mundo, de modo que quando a interação família – criança está comprometida de alguma maneira, isso interfere no desenvolvimento e funcionamento saudável da criança.
É na família que as habilidades emocionais se constroem, e esta construção depende das habilidades emocionais dos outros membros da família. Os familiares muitas vezes, mesmo em situações difíceis ou pouco satisfatórias para o desenvolvimento humano – como a falta de dinheiro, perda, conflito conjugal, problemas emocionais e doenças – buscam formas de se organizar, tentando superar os problemas, buscando recursos favoráveis para o desenvolvimento dos filhos.
No entanto, muitas famílias não conseguem sozinhas, e aí surge a necessidade de buscar ajuda através de psicoterapia infantil.
A psicoterapia infantil visa auxiliar a criança e os pais e/ou cuidadores quando algo não está bem no desenvolvimento emocional ou social da criança. A terapia fornece respaldo para que a criança siga o fluxo saudável, aprendendo a fazer as suas próprias escolhas – uma vez que os outros não poderão escolher sempre por ela – assim, ajudando-a a se sentir forte (com auto-estima e segurança, sem medo), vendo o mundo em volta tal como ele é realmente.
O trabalho na terapia infantil é realizado através de atendimento lúdico, com utilização de técnicas psicoterápicas como: desenho, fantasia, argila, corte e colagem, estórias, poesias, bonecos – recursos que permitem a criança se experimentar sendo ela mesma.
Desse modo, a criança pode “organizar” os conflitos vivenciados internamente, aproveitando a fase de desenvolvimento com mais tranqüilidade. As técnicas auxiliam a exprimir os sentimentos, emoções, pensamentos, com o objetivo de ajudar a tomar consciência de si e da existência em seu mundo.
INSEGURANÇA, MEDO E SUPERPROTEÇÃO
Atualmente vivemos momentos de muitas crises, seja ela financeira, social ou ate pandêmica, mas nada comparado as dificuldades de 30, 40 anos atrás, onde nossos pais e avós tinham que muitas vezes desbravar as terras em busca do que produzir para comer e beber.
Com todo esse cenário a geração de filhos e netos que constituíram as famílias atuais, tiveram muito mais facilidades, podendo assim oferecer aos filhos muito mais do que os pais puderam dar, em função das dificuldades daquela época. Dessa forma, acabam, involuntariamente ou não, dando aos filhos como se fossem a si mesmos.
Porém, esquece de algo básico na educação que é “não dar o peixe e sim ensinar a pescar”. Dão demais, protegem demais, tornando-se pais superprotetores.
Um grande problema dos pais superprotetores é reconhecer que eles estão falhando no processo de aprendizagem do filho. Em geral, não percebem que, ao tentar fazer de tudo pela criança, estão evitando que ela aprenda a lidar com as próprias frustrações. E isso é fundamental no crescimento e desenvolvimento do caráter e da personalidade.
Em algumas situações, é necessário que os desafios sejam enfrentados por conta própria. É uma forma de estimular o raciocínio e a busca da autonomia para encontrar soluções.
Segundo Hamilton Wright Mabie “a mãe ama o filho da mais divina forma não quando o cerca de todos os confortos e se antecipa a todos os desejos, mas quando resolutamente dele exige os mais altos padrões e não se contenta com nada menos do que seja capaz de dar”.
A psicologia é uma ferramenta extraordinária nesse tratamento, pois é através da psicoterapia que as pessoas dependentes podem se dar conta do enredo no qual fazem parte, e aí, decidirem se querem vivenciar outra possibilidade, que não seja a dependência de alguém.
A psicoterapia ainda pode ajudar os pais na dificuldade que é aceitar que os filhos podem e devem conviver com a dificuldade, que é muitas vezes, na dificuldade que se cresce e amadurece para a vida, assim, colaborando com os pais a lidarem com a frustração da separação dos filhos.
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